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SÃO PAULO – Os ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras apresentam queda no “after hours” da Nyse, a Bolsa de Valores de Nova York, repercutindo o resultado da Pesquisa Ibope, divulgada por volta das 18h e que mostrou uma menor vantagem de votos de Marina Silva (PSB) sobre Dilma Rousseff (PT) em um eventual 2º turno.
Às 18h41 (horário de Brasília), os ADRs “PBR”, que representam as ações ordinárias da Petrobras (PETR3), mostravam queda de 1,43%, cotados a exatos US$ 20,00. Os recibos das ações preferenciais da Petrobras (PETR4), os “PBR.A”, ainda não tiveram negócios realizados no after hours desta quarta-feira (3) – diferente do que vemos aqui na Bovespa, lá nos EUA as ações ONs possuem maior liquidez do que as PNs.
Vale mencionar que as ações da Petrobras já haviam tido uma quarta-feira bastante negativa. Por aqui na Bovespa, as ações fecharam com quedas de mais de 2%, enquanto na NYSE os ADRs PBR e PBR.A caíram 1,7% e 2,2%, respectivamente. Importante lembrar que a petrolífera vem subindo muito forte desde março, quando começaram a pipocar as pesquisas eleitorais – de lá pra cá, a companhia já ganhou cerca de 100% de valor de mercado.
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O “rali eleitoral” iniciado em março reflete o “pedido” do mercado por mudanças na forma de atuação do governo, que tem se mostrado muito intervencionista em importantes setores da economia. Logo, uma piora na avaliação ou nas intenções de voto de Dilma nas pesquisas tende a impulsionar as ações das estatais e do setor financeiro – que se mostraram as mais “sensíveis” às novidades políticas neste período. Da mesma forma, uma melhora da atual presidente nas pesquisas tem efeito negativo na Bolsa.
Ibope: Dilma melhorou, mas ainda perderia
A nova pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira mostrou que Dilma subiu 3 pontos percentuais no 1º turno, indo de 34% para 37%, enquanto Marina subiu 4 p.p., indo de 29% para 33%. Já Aécio Neves (PSDB) perdeu quatro pontos e caiu de 19% para 15%.
Em um possível segundo turno, Marina Silva ainda venceria Dilma, porém a diferença de votos entre elas caiu de 9 para 7 pontos percentuais – a candidata do PSB teria 46% dos votos, contra 39% de Dilma. Em um cenário onde Dilma enfrenta Aécio, a candidata do PT venceria com 47% das intenções – alta de 6 pontos ante a última pesquisa -, enquanto o tucano teria 34%, queda de 1 ponto.
Além da diminuição na distância de Dilma para Marina, a candidata petista também mostrou melhoria na imagem perante o eleitor. Segundo a pesquisa, a avaliação “ótima ou boa” do governo de Dilma subiu de 34% para 36%, enquanto a avaliação “ruim ou péssima” recuou de 27% para 26%. No mesmo sentido, a avaliação “regular” subiu para 37%, de 36% na pesquisa anterior.
Datafolha repete cenário
Assim como a pesquisa Ibope divulgada minutos antes, o Datafolha sinalizou uma menor distância entre as candidatas Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) em um eventual 2º turno.
O Datafolha revelou um empate técnico entre Dilma e Marina no primeiro turno, com 35% e 34% das intenções de voto, respectivamente, enquanto Aécio Neves caiu de 15% para 14%. No segundo turno, Marina venceria Dilma por 48% a 41%, uma vantagem de 7 pontos percentuais – na pesquisa anterior, a candidata do PSB venceria a petista por 50% a 40%.
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ADR, after hours: o que é isso?
ADR é a sigla em inglês para “American Depositary Receipt”, que na prática seria como um “recibo de ação” negociado nas bolsas dos Estados Unidos. Esse recibo representa uma ação da empresa emissora, que fica em custódia em um banco contratado pela mesma empresa. Dessa forma, o recibo da ação precisa replicar o valor desta mesma ação em seu respectivo mercado de origem, com a única diferença de que os ADRs são negociados em dólares.
Já o after hours (ou after market) funciona basicamente como um “horário extra”, em que o investidor pode negociar as ações logo após o fechamento da bolsa. Diferente do mercado de after hours dos EUA, onde as negociações ocorrem por até 2 horas após o fechamento do pregão e aceitam qualquer oscilação de preços, aqui na Bovespa o after hours acontece das 17h30 às 18h e a Bolsa aceita apenas uma variação máxima de 2% para cima ou para baixo na cotação das ações em relação ao fechamento do pregão regular.