SÃO PAULO — As ações da Zoom, empresa americana de serviços de conferência online, chegaram a subir 14,7% nesta segunda-feira (1º), atingindo a máxima histórica no intraday de US$ 205,87. No fim do dia, elas encerraram o pregão com ganho de 13,75%, para US$ 204,15 cada uma.
O desempenho ocorre um dia antes da empresa divulgar o seu balanço do primeiro trimestre de 2020 — no qual analistas estimam forte crescimento, guiado pelo maior número de usuários durante a quarentena.
Os ganhos das ações continuaram no after-market (horário de negociações estendido, depois do fechamento regular do mercado) da Nasdaq, com os papéis superando a marca dos US$ 209,00.
Este é o primeiro balanço da Zoom que vai mostrar o impacto da pandemia de coronavírus no desempenho da startup de videoconferência fundada por Eric Yuan.
A empresa é uma das poucas que vem mantendo ganhos consideráveis durante a crise porque se beneficia da política de trabalho remoto adotada no mundo corporativo para continuar funcionando durante o período de isolamento social.
Analistas ouvidos pelo site Business Insider projetam um lucro por ação de 10 centavos de dólar, mais do que o triplo registrado no trimestre anterior, e um avanço na receita de 66%, para US$ 203 milhões.
Também nesta segunda-feira, a corretora Rosenblatt Securities elevou seu preço-alvo para as ações da Zoom de US$ 95,00 para US$ 150,00 — o que configura um potencial de valorização de 26,5% em relação ao preço de fechamento de hoje.
O preço-alvo médio dos analistas de Wall Street para as ações da Zoom é de US$ 128,00 para o final do ano, com nove recomendações de compra, 15 recomendações neutras e apenas cinco recomendações de venda, segundo a Bloomberg.
No final de maio, com o valor de mercado de US$ 49 bilhões, a empresa já valia mais que as sete maiores companhias aéreas do mundo juntas. Nem os problemas de segurança e criptografia apresentados pela plataforma durante o período impediu o crescimento da empresa que, em abril, afirmou que sua base de usuários havia atingido 300 milhões.
Para resolver as questões em relação a sua política de privacidade e falta de criptografia de ponta a ponta, a Zoom anunciou a compra da Keybase, um serviço seguro de compartilhamento de arquivos e mensagens, e a contratação do ex-chefe de segurança do Facebook, Alex Stamos, para comandar as melhorias na segurança do aplicativo.