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SÃO PAULO – A fabricante de talheres e utensílios de cozinha Hercules (HETA4) viu suas ações subirem 50% nas últimas semanas na Bovespa, além de apresentarem um volume bastante acima da média. Contudo, ao ser questionada pela BM&FBovespa sobre o motivo da disparada, a empresa que faz parte do grupo Mundial disse não saber de qualquer novidade que justificasse essa demanda.
“Inexiste qualquer fato que seja de nosso conhecimento que possa justificar a oscilação observada nas ações da companhia”, disse a fabricante de talheres nesta segunda-feira (4) em comunicado enviado ao mercado.
No dia 31 de julho, os papéis da companhia saltaram 18,92%, indo de R$ 0,37 para R$ 0,44, movimentando um volume financeiro de R$ 1,32 milhão – o giro médio diário nos 21 pregões anteriores não passava de R$ 75 mil. Levando-se em conta que o ativo HETA4 estava cotada a R$ 0,30 no dia 22 de julho e que ele chegou a valer R$ 0,47 na sua máxima do dia 31, a valorização no período chegou a 56,5%.
A Hercules é controlada pela Mundial. Para quem não se recorda, a Mundial se envolveu em um escândalo na Bolsa entre maio e julho de 2011: nestes quase dois meses, as ações da fabricante de alicates subiram mais de 1.000% e chegaram a movimentar em um pregão o mesmo que as blue chips Petrobras (PETR4) e Vale (VALE5), embaladas no plano de reestruturação que a companhia vinha colocando em prática, Contudo, o movimento que ficou conhecido como “bolha do alicate” estourou em meados de julho, levando a empresa a cair mais de 80% em apenas 3 dias na Bovespa, o que levou muitos investidores pessoa física que estavam alavancados no papel a quebrarem financeiramente.
Desde então, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vem investigando diversos “suspeitos” de inflarem esta bolha, entre eles o presidente do Conselho de Administração da Mundial e diretor de RI e superintendente da Hercules, Michael Linn Ceitlin.