Ação da ex-Portugal Telecom SGPS cai quase 6% com dúvidas sobre Rioforte e Oi

"O mercado atribui valor zero à opção sobre as ações da Oi e ao reembolso da Rioforte. Os investidores estão vendendo a ação da Pharol porque não entendem a história, tão complexa que o mercado se cansou", diz analista do Banco BiG

Paula Barra

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LISBOA – A ação da Pharol, ex-Portugal Telecom SGPS, chegou a cair 7 por cento para uma mínima histórica nesta sexta-feira, penalizada pelas fracas perspectivas de recuperar a dívida da Rioforte e expectativa de dificuldades operacionais na operadora Oi (OIBR4), da qual é a maior acionista.

“O mercado atribui valor zero à opção sobre as ações da Oi e ao reembolso da Rioforte. Os investidores estão vendendo a ação da Pharol porque não entendem a história, tão complexa que o mercado se cansou”, disse João Lampreia, analista do Banco BiG.

“Além disso, o conteúdo operacional da Oi é terrível”, frisou o analista, sublinhando o contexto difícil das operadoras no Brasil em geral e da Oi em particular.

A ação da Pharol caiu mais de 20 por cento em junho. Nesta sexta-feira, após tocar uma mínima intradia a 0,377 euro, as ações caíam 5,9 por cento, a 0,382 euro, às 7h46 de Brasília.

A Pharol tem como principal ativo uma participação de 27,5 por cento na Oi. Detém ainda os cerca de 900 milhões de euros de dívida em ‘default’ da Rioforte, do falido Grupo Espírito Santo, e opções de compra sobre 47,4 milhões de ações ordinárias da Oi e 94,9 milhões de ações preferenciais.

João Lampreia ressaltou que as fortes quedas da Pharol a levam a ser negociada já a um desconto considerável frente à Oi. “Em média, a Pharol, antes PT SGPS, negociava com um prêmio de 15 a 20 por cento contra a Oi, mas com as últimas quedas passou a um desconto de 10 a 15 por cento,” disse o analista do BiG.