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SÃO PAULO – O empresário Abilio Diniz saiu do Pão de Açúcar (PCAR4), mas não desistiu de comandar uma grande rede de supermercados. Como já sugerido diversas vezes por rumores de mercado, Abilio passou a ser um relevante acionista minoritário do Carrefour, conforme revelou o jornal Valor Econômico nesta terça-feira (13).
De acordo com a publicação, o empresário se tornou o quarto maior acionista minoritário do grupo francês através de compras na Bolsa de Paris nos últimos meses, ampliando a sua fatia de 1% para entre 2% e 3%, somando operações de compra em diferentes bancos. Se atingir uma participação de 3%, o acionista é obrigado a informar ao mercado que atingiu participação relevante na empresa.
Procurada, a assessoria de imprensa de Abilio Diniz informou que não comenta estes rumores.
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Vale ressaltar que, quando era dono do grupo Pão de Açúcar, Abilio apoiou a fusão com o Carrefour, mas o Casino, que assumiu as operações do GPA, foi contra a operação. O jornal apurou ainda que Abilio tem realizado conversas frequentes com Georges Plassat, presidente mundial do Carrefour, nos últimos meses, e que há interesse de Plassat de que Abilio se torne o principal gestor da operação da rede no Brasil.
O InfoMoney havia antecipado, em novembro, que Abilio Diniz poderia tentar comprar o Carrefour no Brasil. Na época, foi noticiado que a aquisição de Abilio não seria, necessariamente, da totalidade da rede do Carrefour no Brasil. Com os rumores na época apontando que a rede francesa estaria se preparando para abrir o capital da subsidiária brasileira, a operação poderia até facilitar a entrada do empresário na estrutura de capital do Carrefour.
Abilio se desfez de ações do Pão de Açúcar na semana passada
Na terça-feira da semana passada, as ações do Pão de Açúcar registraram forte queda, ligando o sinal de alerta para uma possível saída de um grande investidor da empresa. Os papéis chegaram a cair 3% no pregão e ficar em leilão por mais de uma hora. No dia seguinte, o mistério foi resolvido: quem vendeu esses papéis foi o empresário Abilio Diniz.
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Segundo informações do Valor Econômico, confirmadas por Abilio, ele se desfez de todas as suas ações preferenciais da companhia e que estavam em seu nome. Foram cerca de 7,9 milhões de papéis vendidos. Inicialmente ele colocou 3 milhões da ativos para venda, mas com a forte demanda, o volume acabou sendo maior.
Coordenada pelo Itaú BBA, as vendas foram feitas pelo preço de R$ 104,03 e atingiram R$ 821 milhões. Dentre os compradores, destaque para os fundos estrangeiros, entre ele o fundo soberano de Cingapura, que compraram boa parte das ações. Segundo informações do Valor, um único investidor comprou R$ 5,2 milhões de papéis preferenciais a R$ 104,03, movimentando R$ 542,8 milhões.