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De acordo com a consultoria norte-americana Synergy, a Amazon AWS tem um terço de todo o mercado de computação em nuvem do mundo. A Microsoft e o Google aparecem na sequência, com 22% e 10% cada, respectivamente, o que limita o espaço de outras entrantes neste segmento.
Mas, no que depender da Huawei Cloud, esse cenário deve mudar nos próximos meses. Com o objetivo de aumentar a presença em toda a América Latina, a chinesa fechou parceria com a empresa de sistemas para a saúde MV para a troca de tecnologias e informações.
O objetivo é aproveitar a base de dados da healthtech brasileira -que atende um terço dos hospitais do país- para criar sistemas de protocolo aberto como alternativas à tecnologia proprietária, ou seja, soluções que só a empresa criadora pode oferecer.
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Francisco Menezes, vice-presidente de Cloud da Huawei Brasil, explica que este é o primeiro projeto de processamento de dados para o setor hospitalar, o que marca a entrada em um mercado promissor. A expectativa da companhia é crescer no mercado interno, que também é bastante explorado por outras empresas, como a Oracle.
“O projeto de que estamos tratando não é disruptivo só pela tecnologia em si, mas porque coloca as soluções de digitalização em cenários em que não existem fornecedores habilitados”, destaca. “A Huawei tem tratado isso de uma forma muito estratégica, direcionando diversos executivos e engenheiros. Estamos saindo de um banco de dados proprietário para uma ferramenta open source, e essa é uma bandeira que levamos para as soluções, até pelo fato de sermos os mais novos no mercado”.
Já Andrey Abreu, diretor de tecnologia da MV, pontua que a parceria pode baratear a oferta de ferramentas de tecnologia na área da saúde, uma vez que as soluções criadas a partir dela não vão estar atreladas a uma marca específica. O projeto pode abrir caminho para que a digitalização da saúde chegue a mais clínicas e hospitais, portanto, alcance mais pacientes.
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“Quando eu crio a base de dados vinculada a um provedor, a oferta de serviços fica vinculada àquela tecnologia, que é o nosso grande problema hoje. A MV acaba sendo uma boutique de saúde porque não conseguimos chegar aos pequenos hospitais, em razão do custo”, destaca. “O nosso desafio é levar para os menores as mesmas tecnologias que fornecemos aos grandes”.
O acordo está previsto para se desenrolar ao longo dos próximos 12 meses, com foco especial na universalização do prontuário eletrônico. O negócio é esperado pelas duas empresas, pois, enquanto a Huawei tenta desbravar o mercado de Cloud, a MV quer expandir sua atuação a nível global.
“Este é o nosso primeiro projeto na área da saúde como viés de transformação de uma plataforma que hoje já opera. Por isso, a companhia tem toda atenção e o cuidado especial que a solução merece”, conclui Menezes, da Huawei.