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(Reuters) – O conglomerado industrial norte-americano 3M anunciou nesta terça-feira que definiu 2025 como prazo para encerrar a produção de PFAS, sigla em inglês que descreve produtos “químicos eternos” que são usados em uma ampla gama de aplicações, incluindo celulares e chips, e que estão vinculados a casos de câncer, problemas cardíacos e baixa natalidade.
Substâncias perfluoroalquil e poli perfluoroalquil (PFAS, na sigla em inglês) não se degradam rapidamente e nos últimos anos têm sido encontradas em concentrações perigosas na água potável, solos e alimentos.
Segundo a organização PFAS Exchange, os PFAS são adicionados a uma grande variedade de produtos de consumo para torná-los antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas. Há mais de 9 mil diferentes produtos químicos PFAS atualmente, o que torna a substância sintética mais facilmente encontrada no mundo, segundo a entidade.
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A pressão judicial sobre danos causados pelos PFAS tem crescido. No mês passado, 3M e DuPont apareceram entre várias empresas processadas na Califórnia em uma ação para recuperar custos de limpeza das substâncias.
Acionistas também têm pedido o fim da produção destes produtos químicos. Investidores que administram 8 trilhões de dólares em ativos publicaram uma carta para 54 companhias cobrando o fim do uso de PFAS.
Como os investidores estão priorizando as preocupações ambientais, os fabricantes de produtos químicos devem seguir o exemplo da 3M.
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“Como a 3M é um dos maiores fabricantes de PFAS do mundo, esperamos que isso possa representar um ponto de virada na transição para uma indústria química mais sustentável”, afirmou Victoria Lidén, analistas de sustentabilidade da Storebrand Asset Management.
A 3M afirmou que as vendas anuais de PFAS são de cerca de 1,3 bilhão de dólares, com margens de aproximadamente 16%. A companhia espera que os custos totais relacionados ao fim da produção de PFAS vão somar entre 1,3 bilhão e 2,3 bilhões de dólares.
A DuPont afirmou que está limitando o uso de PFAS a “aplicações industriais essenciais” e trabalhando com os clientes na busca de alternativas.
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(Reportagem de Aishwarya Nair, em Bengaluru; reportagem adicional de Simon Jessop, em Londres; Amruta Khandekar e Ruhi Soni, em Bengaluru; e Ludwig Burger, em Frankfurt)