Publicidade
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a “neutralidade” de alguns países da América Latina na guerra contra a Rússia é equivalente a um apoio ao regime de Vladimir Putin. Mesmo sem citar o Brasil, a fala foi considerada uma crítica direta ao posicionamento sobre o conflito do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
A Ucrânia confirmou seu pedido de uma iniciativa para que o presidente brasileiro, junto com seus homólogos Narendra Modhi (Índia) e Xi Jinping (China), sejam “mediadores” em uma solução que implique num cessar-fogo e em conversas de paz diretas entre os dois lados.
Para Zelensky, é impossível “sentar e conversar” com o líder russo Putin ou falar de “reconciliação” enquanto a Rússia seguir violando a integridade territorial da Ucrânia. Em sua visão, tudo isso representa um “teatro”, já que a proposta defende os interesses de Moscou.
Continua depois da publicidade
Na entrevista publicada nesta quinta-feira, Zelensky elogiou o presidente argentino Javier Milei. “Estou muito agradecido”, disse.
Durante uma conferência de imprensa realizada em Kiev, Zelensky lembrou que, quando a invasão russa começou, muitos pensavam que seria uma guerra rápida. “Às vezes, nem nós sabemos o que pode fazer um país pequeno, mas que tem uma voz forte e dirigentes fortes”, afirmou. “Isso é o que caracteriza a Ucrânia, e também o Uruguai. “E sabemos que o Uruguai, mesmo pequeno, tem uma voz forte e potente. Estamos contando com isso”, declarou.
Segundo ele, a Ucrânia buscou a participação do Uruguai na primeira etapa de uma conferência de paz, que atraiu mais de 100 países em junho, na Suíça.
Continua depois da publicidade
Crianças sequestradas
Na ocasião, o governo de Zelensky propôs um plano de 10 pontos e considerou que a administração liderada pelo presidente uruguaio Luis Lacalle Pou poderia participar ativamente do quarto ponto: o retorno dos meninos ucranianos “sequestrados” pela Rússia nos territórios ocupados.
As cifras oficiais falam em cerca de 20 mil, mas a própria Federação Russa indicou que são mais de 700 mil. Na Ucrânia, supõe-se que a Rússia queira “reeducar” esses meninos, convertê-los em russos e obrigá-los a lutar contra sua pátria.
O destino dessas crianças ucraniana será o tema central de uma cúpula de primeiras-damas que acontece nesta quinta-feira em Kiev e que que será encabeçada pela esposa do presidente da Ucrânia, Olena Zelenska. O ator norte-americano Michael Douglas é um dos convidados.