Zelensky afirma que a guerra está voltando para casa na Rússia

O presidente da Ucrânia garante que as forças ucranianas já ocupam cerca de 1.000 km² dentro do território russo na região de Kursk; Moscou começou a receber refugiados dos ataques

Roberto de Lira

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na noite de segunda-feira que a Rússia “trouxe a guerra para os outros e agora ela está voltando para casa”, numa alusão à nova ofensiva ucraniana na região de Kursk, que ele garante ter avançado cerca de 1.000 km² dentro do território russo. “A Ucrânia sempre quis a paz – e nós, sem dúvida, garantiremos a paz”, escreveu em sua conta na rede social X.

O Ministério de Emergências da Rússia informou que cerca de 200 moradores deslocados de Kursk chegaram a Moscou nesta terça-feira (13). As evacuações estão em andamento desde que foi relatado pela primeira vez que Kiev tinha invadido a região oeste da Rússia no início deste mês.

Segundo o ministério informou no Telegram, cerca de 1.000 cidadãos, a maioria crianças, chegaram a Moscou desde o início da ofensiva. Cerca de 400 centros de alojamento temporário foram criados em toda a Rússia para abrigar o quase 30.000 residentes deslocados, acrescentou o ministério.

Segundo a mídia russa, o serviço de inteligência (SVR) considera que Zelensky está tomando medidas “tolas” que ameaçam uma escalada para muito além da Ucrânia. A agência acusa Zelensky de iniciar “movimentos imprudentes” porque ele estaria preocupado apenas em preservar sua própria posição de poder.

Zelensky contou que teve ontem uma reunião com uma delegação do Senado dos Estados Unidos, incluindo os senadores Lindsey Graham (republicano da Carolina do Sul) e Richard Blumenthal (democrata de Connecticut).

“Expressei minha gratidão à América por seu apoio em nossa defesa. É crucial que ucranianos e americanos saiam verdadeiramente vitoriosos nessa defesa compartilhada de uma vida normal e da liberdade das pessoas”, afirmou, acrescentando que foi discutido o que seria necessário para dar um fim justo à guerra. “Expliquei detalhadamente nossa necessidade de capacidades de longo alcance”, disse.

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O presidente ucraniano também traçou sua estratégia com a equipe de relações exteriores do governo para reuniões e negociações na segunda metade de agosto e para o mês de setembro. “Sabemos como fortalecer a Ucrânia e o que nos ajudará a alcançar a justiça.”