Zelensky aceita plano de Trump e cogita diálogo com Putin

Presidente ucraniano sinaliza abertura para negociações diretas com a Rússia

Bloomberg

Volodymyr Zelenskiy chega à Conferência de Segurança de Munique em 14 de fevereiro. Fotógrafo: Thomas Kienzle/AFP/Getty Images
Volodymyr Zelenskiy chega à Conferência de Segurança de Munique em 14 de fevereiro. Fotógrafo: Thomas Kienzle/AFP/Getty Images

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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que está disposto a participar da iniciativa de paz de Donald Trump e sinalizou abertura para negociações diretas com a Rússia.

As declarações, feitas antes de seu encontro na Conferência de Segurança de Munique com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, ocorrem enquanto negociadores dos EUA, da Europa e da Ucrânia se preparam para as conversas entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin sobre o fim do conflito, que já dura três anos.

“Estamos prontos para negociações com os EUA, aliados — e, depois de concordarmos com uma posição, conversaremos com os russos”, disse Zelenskiy a jornalistas na sexta-feira, na capital da Baviera.

Líderes reunidos em Munique buscam entender como o governo Trump conduzirá as negociações com Putin. Trump quer encerrar rapidamente a guerra, mas isso pode implicar concessões forçadas à Ucrânia e excluir os europeus do processo.

Questionado sobre seu encontro com Vance, em um momento em que os EUA redefinem sua estratégia para a guerra, Zelenskiy disse que “respeita nossa parceria”, mas alertou que a presença americana na Europa é fundamental para conter a ameaça russa.

“Todos têm medo de ficar sem o apoio dos EUA”, afirmou Zelenskiy. “Isso não é bom.”

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A equipe de Zelenskiy apresentou propostas para revisar um esboço de plano que daria aos EUA acesso a minerais ucranianos em troca de garantias de segurança, segundo um oficial familiarizado com as negociações. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, visitou Kyiv nesta semana para apresentar um acordo de parceria econômica necessário para garantir o apoio contínuo de Washington.

Entretanto, os europeus têm dificuldades para acompanhar as mudanças rápidas de posicionamento da equipe de Trump. Vance disse ao Wall Street Journal que o envio de tropas americanas para a Ucrânia, caso Moscou não negocie de boa-fé, “ainda está sobre a mesa”.

As declarações trouxeram “novos elementos” à posição dos EUA, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à Interfax, acrescentando que Moscou espera um esclarecimento de Washington.

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Em Varsóvia, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que no início da semana afirmou que “a ambição da Ucrânia de recuperar todos os territórios perdidos desde 2014 não é realista”, indicou que os parâmetros das negociações ainda estão sendo definidos — e que os europeus provavelmente participarão das conversas.

“Parte das negociações incluirá nosso presidente, Zelenskiy, Putin — e, provavelmente, a Europa estará envolvida”, disse Hegseth.

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