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CARACAS (Reuters) – Manifestantes tomaram as ruas da Venezuela na terça-feira, exigindo que o presidente Nicolás Maduro reconheça que perdeu a eleição de domingo para a oposição, enquanto um importante observador internacional concluiu que a votação não foi democrática.
Os protestos, que o governo denunciou como uma tentativa de “golpe”, começaram na segunda-feira, depois que a autoridade eleitoral do país declarou que Maduro conquistou um terceiro mandato com 51% dos votos, estendendo 25 anos de governo socialista.
A oposição, que considera que o órgão eleitoral está sob influência de um governo ditatorial, diz que seu candidato Edmundo González teve mais do que o dobro de votos de Maduro, com base em 90% das contagens de votos a que teve acesso.
Pelo menos 11 pessoas morreram em diferentes partes do país desde a eleição em incidentes relacionados à contagem ou a protestos associados, de acordo com o grupo de direitos humanos Foro Penal.
O Carter Center, sediado nos Estados Unidos, que observou a votação, disse em um comunicado no final da terça-feira que a eleição “não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”.
O fato de a autoridade eleitoral não ter publicado os resultados separados equivale a uma “violação grave”, acrescentou, delineando o que determinou ser um processo profundamente falho do início ao fim.
Muitos países pediram que a Venezuela tornasse pública a contagem dos votos e fontes norte-americanas disseram que Washington estava considerando novas sanções contra indivíduos ligados à eleição, a menos que houvesse maior transparência.
Na terça-feira, Maduro e seu principal aliado legislativo acusaram González e a líder da oposição María Corina Machado de fomentar a violência após a votação.
Em um discurso transmitido pela televisão estatal, Maduro declarou que os manifestantes da oposição haviam agredido civis e iniciado incêndios, exigindo que González respondesse por eles.
“Responda a isso, seu covarde!”, gritou Maduro, depois de dizer que tanto González quanto Corina Machado deveriam ser responsabilizados.