Uruguai realiza eleições presidenciais nesse domingo; disputa deve ir para o 2º turno

Candidato de centro-esquerda Yamandú Orsi, da Frente Ampla, é favorito nessa primeira disputa, mas há projeção de equilíbrio para um segundo turno com Álvaro Delgado, aliado do presidente Lacalle Pou

Roberto de Lira

Bandeira do Uruguai (Crédito: Shutterstock)
Bandeira do Uruguai (Crédito: Shutterstock)

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Mais de 2,76 milhões de eleitores do Uruguai vão às urnas neste domingo, no primeiro turno da disputa que vai eleger o presidente que comandará o país pelos próximos cinco anos. Nessa primeira volta, o favorito é o professor Yamandú Orsi, da Frente Ampla (FA), de centro esquerda e pupilo do ex-presidente José “Pepe” Mujica. Atrás dele está Álvaro Delgado, ex-secretário da Presidência na gestão de Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (PN).

Correndo por fora, num terceiro lugar nas pesquisas, está Andrés Ojeda, um advogado com forte projeção midiática que já foi vereador em Montevidéu e que é hoje o grande expoente da nova direita uruguaia. Ele concorre pelo tradicional Partido Colorado (PC).

Os demais candidatos estão com menos de 3% das intenções de votos, mas um deles pode ser decisivo na composição do Congresso: Gustavo Salle, do Identidade Soberana.

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A ferramenta de consolidação de pesquisas eleitorais do jornal El País mostra Orsi liderando a disputa no primeiro turno com cerca de 45% das intenções, enquanto Delgado teria em torno de 25% dos votos e Ojeda ficaria com algo entre 16% e 17% do total. O candidato do Partido Colorado ganhou algum espaço nas últimas semanas, mas considerado insuficiente para levá-lo ao segundo turno.

Equilíbrio no 2º turno

Essa provável segunda disputa acontecerá no dia 24 de novembro e, embora Orsi ainda mantenha uma favoritismo, a vantagem é muito pequena para apontar o candidato de centro-esquerda como vencedor antecipadamente.

Considerando as projeções, que incluem as tendências entre os indecisos, a consultoria Equipos estima que Orsi teria um teto de votação de 45,8%, enquanto os demais candidatos estariam juntos com 46,8%.

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O uruguaios também vão renovar o Senado (30 assentos) e a Câmara do Deputados (99). Há uma previsão de uma legislatura muito equilibrada, sem vantagens claras para nenhum dos lados mais à esquerda ou à direita.

Calcula-se que a cada 3% de votos numa chapa, ganha-se uma cadeira no Senado, e que a cada 1% de preferências é possível eleger um deputado. Por essas contas, a Frente Ampla teria 15 senadores e a coalizão dos demais candidatos teria 14 assentos. Na Câmara, seriam 48 cadeiras para a FA e 47 para a coalizão.

Nessa situação, o árbitro de disputas legislativas seria o Identidade Soberana, partido liderado por Gustavo Salle, que obteria 3 deputados e um senador. Embora o jurista tenha surgido dentro do espectro da esquerda alternativa, seu partido tem uma agenda fortemente antiglobalista, republicana, conservadora e anticorrupção.

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Plebiscitos

Há também em disputa dois plebiscitos nesse domingo. No primeiro, os uruguaios devem dizer sim ou não a uma reforma na Previdência. E as pesquisas apontam para uma derrota na proposição, embora por margem pequena.

A outra questão está relacionada à segurança pública e pergunta sobre o apoio a incursões noturnas da polícia. Nesse caso, a proposta deve ser aprovada por mais da metade dos eleitores.

A eleição vai das 8h até as 19h30 em 589 seções eleitorais e espera-se que os primeiros resultados comecem a sair por volta das 22h.