Unidade especial dos EUA que matou Bin Laden treina para conflito em Taiwan, diz FT

O Seal Team 6 está há mais de um ano treinando missões para auxiliar Taiwan em caso de uma invasão pela China; EUA têm uma política de "ambiguidade estratégica" com relação ao aliado asiático

Roberto de Lira

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O Seal Team 6, a unidade secreta do da Marinha dos Estados Unidos famosa pela operação  que matou o líder terrorista Osama Bin Laden em 2011, está há mais de um ano treinando missões para auxiliar Taiwan em caso de uma invasão pela China. A informação é de pessoas familiarizadas com os preparativos é destaque na edição de hoje do jornal Financial Times.

Segundo a reportagem a força especial de elite encarregada de algumas das missões mais sensíveis e difíceis dos militares americanos tem realizado os treinamentos em Dam Neck, sua sede em Virginia Beach, cerca de 250 km a sudeste de Washington.

Esse treinamento secreto ilustra o aumento do foco dos EUA em dissuadir a China de atacar Taiwan. Os preparativos só cresceram desde que Phil Davidson, o comandante dos EUA no Indo-Pacífico, alertou em 2021 que a China poderia atacar Taiwan dentro de seis anos.

Ou seja, enquanto as autoridades dos EUA enfatizam que o conflito com a China “não é iminente nem inevitável”, os militares aceleraram os preparativos de contingência à medida que o Exército de Libertação Popular se modernizou rapidamente para atender à ordem do presidente Xi Jinping de ter a capacidade de tomar Taiwan pela força até 2027.

O FT lembra que o Seal Team 6 é, ao lado da célebre Força Delta do Exército, um força de “nível um” da elite das Forças Armadas dos EUA, e foi a unidade que resgatou Richard Phillips, o capitão do navio porta-contêineres Maersk Alabama que foi feito refém por piratas somalis em 2009.

Dado o sigilo envolvido nesse tipo de preparativos, o Comando de Operações Especiais não quis comentar em detalhes as perguntas feitas sobre seu planejamento para Taiwan. Um porta-voz disse apenas que o departamento de defesa e suas forças “se preparam e treinam para uma ampla gama de contingências”.

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Taiwan é a questão mais sensível nas relações EUA-China, e as tensões sobre a ilha têm sido uma parte crítica das discussões entre o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, e Wang Yi, a principal autoridade de política externa da China, no ano passado, de acordo com autoridades americanas e chinesas que descreveram as negociações ao FT.

A China diz que continua comprometida com a “reunificação” pacífica com Taiwan, mas não descartou o uso da força. Xi disse no ano passado a uma autoridade europeia que acreditava que Washington estava tentando incitar a China à guerra.

Washington é obrigado a ajudar Taiwan a prover sua própria defesa sob a Lei de Relações com Taiwan. Os EUA há muito tempo têm uma política de “ambiguidade estratégica” na qual não dizem se viriam em defesa de Taiwan. Mas o presidente Joe Biden disse em várias ocasiões que as forças dos EUA defenderiam Taiwan diante de um ataque não provocado da China.