Ucrânia retomar fronteiras de 2014 é “irrealista”, diz secretário de Defesa dos EUA

Pete Hegseth também minimizou sugestões sobre a adesão da Ucrânia à Otan e descartou o envio de tropas americanas à Ucrânia em quaisquer futuros acordos de segurança

Gabriel Garcia

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fala durante uma reunião do Grupo de Contato para Defesa da Ucrânia, na véspera de uma reunião de ministros da Defesa da OTAN, na sede da aliança em Bruxelas, Bélgica, em 12 de fevereiro de 2025. REUTERS/Johanna Geron
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fala durante uma reunião do Grupo de Contato para Defesa da Ucrânia, na véspera de uma reunião de ministros da Defesa da OTAN, na sede da aliança em Bruxelas, Bélgica, em 12 de fevereiro de 2025. REUTERS/Johanna Geron

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O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que é “irrealista” esperar que a Ucrânia retorne às suas fronteiras anteriores a 2014, quando a Rússia tomou o controle da Crimeia.

Durante uma reunião do Grupo de Contato para Defesa da Ucrânia em Bruxelas, Hegseth disse que seria possível estabelecer uma “paz duradoura” apenas com uma “avaliação realista do campo de batalha”.

O secretário de Defesa dos EUA também minimizou sugestões sobre a adesão da Ucrânia à Otan e descartou o envio de tropas americanas à Ucrânia em quaisquer futuros acordos de segurança.

Desde a anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014, que desencadeou um conflito armado no leste da Ucrânia, Moscou controla atualmente cerca de um quinto do território ucraniano, principalmente nas regiões leste e sul.

Hegseth ressaltou que qualquer paz duradoura deve incluir “garantias de segurança robustas para garantir que a guerra não recomece”.

No entanto, ele expressou ceticismo sobre a adesão da Ucrânia à OTAN como resultado de um acordo negociado, sugerindo que as garantias de segurança deveriam ser apoiadas por “tropas europeias e não europeias capacitadas”.

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O secretário de Defesa também alertou os membros europeus da OTAN sobre a necessidade de assumirem a maior parte da ajuda futura a Kiev, enfatizando que Washington “não tolerará mais uma relação desequilibrada” com seus aliados.

“Proteger a segurança europeia deve ser uma prioridade para os membros europeus da OTAN”, disse Hegseth, ressaltando que a Europa deve fornecer a maior parte da ajuda letal e não letal à Ucrânia.

Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky expressou sua disposição para negociar um acordo de paz com a Rússia, mas afirmou que deseja fazê-lo a partir de uma “posição de força”.

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Em uma conversa recente, Zelensky mencionou a possibilidade de uma troca de territórios com a Rússia, mas não especificou quais áreas estariam envolvidas. Ele também se comprometeu a oferecer contratos lucrativos para empresas americanas na reconstrução da Ucrânia, numa tentativa de atrair o apoio de Trump.