Ucrânia recorre a detentos para reforçar soldados da linha de frente contra a Rússia

País tem enfrentado dificuldades com as baixas de soldados no conflito e o Parlamento decidiu aprovar lei que permite liberdade condicional para a população carcerária que aceitar servir ao Exército

Equipe InfoMoney

Militar separa projéteis e armas de minas não detonadas, na cidade de Zolochiv, região de Kharkiv, na Ucrânia (Foto: 
Gleb Garanich/Reuters)
Militar separa projéteis e armas de minas não detonadas, na cidade de Zolochiv, região de Kharkiv, na Ucrânia (Foto: Gleb Garanich/Reuters)

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A população carcerária da Ucrânia é a nova esperança do Exército na guerra contra a Rússia. O Parlamento do país aprovou um projeto de lei no mês passado que permite liberdade condicional para alguns condenados mediante o recrutamento como soldados.

Segundo a agência internacional Associated Press, com informações do Ministério da Justiça ucraniano, cerca de 27.000 prisioneiros são elegíveis para a iniciativa e um total de 3.000 já teria conseguido essa liberdade condicional.

“Grande parte da motivação vem de (os presos) quererem voltar para casa como heróis, e não voltar para casa da prisão”, disse a vice-ministra da Justiça, Olena Vysotska, à AP.

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A Ucrânia não divulga o número de baixas em suas tropas, porém, os comandantes da linha de frente têm falado abertamente sobre os problemas de falta de militares. O próprio presidente do país, Volodymyr Zelensky, admitiu há algumas semanas que precisa de reserva de pessoal e que muitas brigadas estão vazias.

A guerra entre Ucrânia e Rússia já dura dois anos e muitos soldados estão lutando por todo esse tempo sem a possibilidade de dispensa. Sem sinalização de um acordo ou fim do combate, o Exército está com dificuldades para recrutar dentro do país.

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A população carcerária é uma tentativa de aumentar os números nas unidades militares, mas os detentos só conseguem a liberação depois de um processo de avaliação, segundo a agência internacional.

Os presos podem obter a liberdade condicional após uma entrevista, exame médico e revisão de sua condenação. Condenados por crimes graves como estupro, agressão sexual, assassinato de duas ou mais pessoas ou crimes contra a segurança nacional da Ucrânia não são elegíveis.

Os recrutados devem entrar na linha de frente do Exército ucraniano. Para isso, passam por treinamento básico em campos, onde aprendem a manusear armas e outros fundamentos de combate.