Ucrânia proíbe uso oficial do aplicativo Telegram por medo de espionagem russa

Restrições se aplicam apenas a dispositivos oficiais, não a telefones pessoais

Reuters

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A Ucrânia proibiu o uso do aplicativo de mensagens Telegram em dispositivos oficiais usados por autoridades do Estado, militares e trabalhadores vitais porque acredita que seu inimigo, a Rússia, pode espionar tanto as mensagens quanto os usuários, disse um órgão de segurança superior nesta sexta-feira.

O Conselho Nacional de Segurança e Defesa anunciou as restrições após Kyrylo Budanov, chefe da agência de inteligência militar GUR, da Ucrânia, apresentar ao Conselho evidências da capacidade dos serviços especiais russos de espionar a plataforma, disse em um comunicado.

Mas Andriy Kovalenko, chefe do centro de combate à desinformação do conselho de segurança, publicou no Telegram que as restrições se aplicam apenas a dispositivos oficiais, não a telefones pessoais.

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O Telegram é muito usado tanto na Ucrânia quanto na Rússia e se tornou uma fonte importante de informações desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Mas as autoridades de segurança ucranianas expressaram preocupações sobre seu uso durante a guerra repetidas vezes.

Com sede em Dubai, o Telegram foi fundado por Pavel Durov, nascido na Rússia e que deixou o país em 2014 após se recusar a cumprir exigências de fechar comunidades da oposição em sua plataforma de rede social VKontakte, que ele vendeu.

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Durov foi preso ao desembarcar na França em agosto como parte de uma investigação sobre crimes relacionados à pornografia infantil, tráfico de drogas e transações fraudulentas no Telegram.

De acordo com comunicado do Conselho de Segurança, Budanov forneceu provas de que os serviços especiais russos podiam acessar as mensagens do Telegram, inclusive as excluídas, e os dados pessoais dos usuários.

“Sempre apoiei e continuo a apoiar a liberdade de expressão, mas a questão do Telegram não é uma questão de liberdade de expressão, é uma questão de segurança nacional”, disse Budanov em seu próprio comunicado.

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De acordo com o banco de dados Telemetrio, cerca de 33.000 canais do Telegram estão ativos na Ucrânia.

O presidente Volodymyr Zelensky, que faz parte do conselho de segurança, comandantes militares e autoridades regionais e municipais publicam regularmente atualizações sobre a guerra e relatam decisões importantes em seus canais do Telegram.

A imprensa ucraniana estimou que 75% dos ucranianos usam o aplicativo para comunicação e apontou que 72% o consideravam uma fonte importante de informações no final do ano passado.