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(Bloomberg) — Durante seu último discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Joe Biden defendeu seus esforços para construir coalizões para enfrentar desafios globais, instando os aliados a continuar esse trabalho, mesmo com os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio colocando novas tensões nas alianças.
Biden defendeu uma ação coletiva para abordar uma ampla gama de preocupações globais emergentes e argumentou que seus esforços para fortalecer e expandir instituições internacionais trouxeram frutos, apesar da turbulência.
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“Muitos olham para o mundo hoje e veem dificuldades e reagem com desespero. Mas eu não. Eu não vou. Como líderes, não temos o luxo,” acrescentou. “Reconheço os desafios de Ucrânia à Gaza, ao Sudão e além. Guerra, fome, terrorismo, brutalidade, deslocamento recorde de pessoas, a crise climática, a democracia em risco.”
O discurso ocorre, no entanto, enquanto os valores coletivos que Biden defendeu estão sendo testados pela guerra prolongada na Ucrânia e um conflito no Oriente Médio que ameaça envolver toda a região. Fazer sua mensagem ressoar entre os delegados no salão da assembleia — e com o eleitorado dos EUA a apenas seis semanas do Dia da Eleição — foi um desafio acentuado para um presidente em decadência.
“Decidi, após cinquenta anos de serviço público, que é hora de uma nova geração de liderança, para levar minha nação adiante,” disse Biden, destacando sua decisão de não buscar a reeleição. “Meus colegas líderes, nunca devemos esquecer: algumas coisas são mais importantes do que permanecer no poder. É o seu povo. Estamos aqui para servir ao povo, não o contrário.”
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Ucrânia a Gaza
Biden pediu que os aliados a permaneçam firmes junto à Ucrânia enquanto o país luta para repelir a invasão do presidente russo Vladimir Putin — uma guerra que se arrasta há dois anos e meio — dizendo que os aliados de Kiev “não podem relaxar”
“A boa notícia é que a guerra de Putin falhou,” disse Biden. “O mundo agora tem outra escolha a fazer: vamos sustentar nosso apoio para ajudar a Ucrânia a vencer esta guerra e preservar sua liberdade ou vamos nos afastar, deixar a agressão ser renovada e uma nação ser destruída.”
“Eu sei minha resposta. Não podemos nos cansar. Não podemos desviar o olhar, e não vamos relaxar nosso apoio à Ucrânia,” acrescentou Biden.
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Ele também pressionou por um cessar-fogo em Gaza e por diplomacia, para evitar que um confronto em escalada entre Israel e o Hezbollah se amplie.
“Uma guerra em grande escala não é do interesse de ninguém,” disse ele. “Mesmo com a situação escalando, uma solução diplomática ainda é possível.”
No âmbito interno, Biden se tornou uma consideração política secundária após sua decisão de sair da corrida presidencial, em meio a crescentes preocupações sobre sua acuidade. Aliados e concorrentes aguardam se perguntando com qual tipo de América poderão lidar na cúpula do próximo ano.
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Biden elogiou seus esforços para “fortalecer nossa rede de alianças e parcerias em todo o Indo-Pacífico,” mesmo insistindo que essas parcerias “não são contra nenhuma nação.”
Inteligência artificial
Biden também instou a ação coletiva para abordar tecnologias emergentes, em particular a IA — uma prioridade para sua administração, que buscou estabelecer salvaguardas para seu uso.
“A inteligência artificial vai mudar nossa maneira de viver, nossa maneira de trabalhar, nossa maneira de fazer guerra,” disse Biden. “Nada é certo sobre como a IA vai evoluir ou como será implantada. Ninguém sabe todas as respostas.”
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Embora os comentários de Biden tenham sido direcionados a um público global, suas intenções internas eram claras. A visão de política externa de sua administração é um contraste implícito com o candidato presidencial republicano, Donald Trump, cuja presidência foi marcada por uma postura isolacionista e uma disposição declarada de retirar os EUA de acordos de defesa e iniciar guerras comerciais com outras nações.
Trump se recusou a dizer se deseja que a Ucrânia vença a guerra, afirmando apenas que o conflito deve acabar e que ele trabalharia para isso antes mesmo de assumir o cargo, se vencer em novembro.
Ainda assim, os limites da doutrina de política externa de Biden se tornaram aparentes à medida que guerras testaram o apoio popular para algumas de suas parcerias críticas.
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A vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata, promete manter o apoio dos EUA à Ucrânia, se eleita, mas tentou se distanciar ligeiramente de Biden sobre a guerra em Gaza, frequentemente mencionando o sofrimento do povo palestino e lembrando a Israel que sua conduta na guerra importa.
Biden não está agendado para se encontrar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que também planeja estar em Nova York esta semana — embora assessores tenham apontado que encontros informais frequentemente ocorrem nas margens das reuniões maiores.
Plano de vitória
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apresentará nesta quinta-feira (26) a Biden e Harris um “plano de vitória” para acabar com a guerra. Sua proposta vem com algumas exigências, incluindo um novo impulso para se juntar à OTAN e um compromisso de Biden para um fornecimento sustentado de armas avançadas.
O líder ucraniano descreveu o plano como um roteiro para forçar Putin a buscar a paz. Kiev também está preocupada que um cessar-fogo sem garantias claras deixaria a Rússia livre para atacar novamente após se rearmar. A Casa Branca tem sido cautelosa em fornecer — ou permitir o uso de — armas de longo alcance para a Ucrânia atacar dentro da Rússia, temendo que a guerra se intensifique e envolva diretamente os países da OTAN.
Trump se recusou a dizer se deseja que Kiev vença a guerra, insistindo que forçaria a Ucrânia e a Rússia a se sentarem à mesa de negociações, se eleito. Em um comício na segunda-feira, ele chamou Zelensky de “o maior vendedor da história” por sua capacidade de garantir ajuda dos EUA.