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Os norte-americanos dão ao presidente Donald Trump notas medianas em sua gestão da economia e aos esforços para diminuir a máquina governamental e não estão impressionados com algumas das primeiras decisões polêmicas que ele tomou, como propostas para assumir o controle de Gaza, mostrou uma pesquisa Reuters/Ipsos.
A pesquisa, realizada entre os dias 13 a 18 de fevereiro, perguntou a mais de 4.000 adultos norte-americanos em todo o país se eles apoiavam uma série de posições assumidas por Trump e o quanto essas questões os motivariam a votar no futuro.
Os resultados indicaram que Trump está se esforçando bastante em políticas que muitos cidadãos norte-americanos não gostam ou não consideram muito importantes.
Uma onda de frustração com a inflação prolongada ajudou a levar Trump à vitória em novembro, e a maioria dos entrevistados — 58% — disse que a inflação seria um fator importante na decisão de voto em eleições futuras. Mas apenas 32% aprovaram o trabalho que Trump estava fazendo com relação ao controle da inflação.
As opiniões das famílias sobre a economia se deterioraram neste mês, atingindo o nível mais baixo em mais de um ano, de acordo com uma pesquisa amplamente acompanhada pela Universidade de Michigan.
Apenas 25% dos entrevistados — e somente metade dos republicanos — disseram que apoiavam a ideia de Trump de que o governo dos EUA assumisse o controle de Gaza e reassentasse os palestinos em outros lugares.
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“Achei essa ideia idiota porque é inviável”, disse Willard Moore, um advogado republicano da cidade de Nova York que participou da pesquisa, referindo-se à proposta de Gaza. “Se você fizesse isso, custaria muito dinheiro e, no final, você teria ali o quê? Algum tipo de resort? Tipo, de que isso serve para alguém?”
Uma parcela notável dos eleitores de Trump em 2024 não concordou com algumas das primeiras ações e ideias do presidente. Cerca de um terço dos eleitores de Trump se opôs à proposta de acabar com a cidadania por direito de nascença e um em cada cinco se opôs à iniciativa do governo de acabar com as iniciativas de diversidade, equidade e inclusão.
Os americanos consideram importante a iniciativa de Trump de reduzir o tamanho do governo, mas estão divididos, em sua maioria, em linhas partidárias quanto ao seu apoio.
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Sessenta por cento dos entrevistados disseram que a chamada força-tarefa do Departamento de Eficiência Governamental para cortar gastos federais, que é liderada por Elon Musk, influenciará o voto nas próximas eleições federais em 2026, quando os democratas tentarão recuperar o controle do Congresso.
Mas apenas 42% do país apoia a iniciativa e 53% se opõe a ela.
“Ele está apenas se precipitando um pouco. Acho que tudo isso relativo ao DOGE está sendo um pouco apressado”, disse Gerald Dunn, um eleitor republicano que é instrutor de artes marciais de 66 anos em Staatsburg, no Vale do Hudson, que fica no Estado de Nova York.
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“Gosto do que ele está fazendo, mas acho que muito do que ele diz é apenas bobagem. Quando ele começa a falar sobre anexar a Groenlândia e anexar o Canadá, você sabe que é só fumaça.”
Preocupação com a educação
A tentativa de Trump de abolir o Departamento de Educação – uma medida que exigiria o apoio do Congresso — teve ampla oposição na pesquisa, com 65% dos entrevistados em geral e quatro em cada dez republicanos se opondo.
“Tenho uma filha que está no espectro autista e posso me dar ao luxo de providenciar que ela frequente uma escola para crianças com autismo. Se isso for retirado, eu não saberia o que fazer”, disse Mikeriah Perry, de 25 anos, de Raleigh, Carolina do Norte, que disse ser democrata.
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“Eu não teria os recursos adequados para ajudar meu filho a ser a melhor pessoa que ele pode ser quando for a hora de ir para as escolas públicas em geral.”
O corte de custos de Musk, no entanto, é extremamente popular entre os apoiadores linha-dura de Trump — aqueles que, na pesquisa, disseram se identificar fortemente com o movimento Make America Great Again, ou MAGA, do presidente.
Noventa e quatro por cento dos seguidores do MAGA apoiam o esforço liderado por Musk e 78% disseram que isso seria “muito motivador” ou “motivador” para eles em eleições futuras.