Trump escreve carta à liderança do Irã pedindo negociações sobre programa nuclear

“Eu escrevi uma carta para eles dizendo que espero que negociem, porque se tivermos que agir militarmente, será uma coisa terrível para eles”, disse Trump

Bloomberg

O presidente dos EUA, Donald Trump, faz um anúncio sobre um investimento da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), na Sala Roosevelt da Casa Branca em Washington, D.C., EUA, em 3 de março de 2025. REUTERS/Leah Millis/Foto de Arquivo
O presidente dos EUA, Donald Trump, faz um anúncio sobre um investimento da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), na Sala Roosevelt da Casa Branca em Washington, D.C., EUA, em 3 de março de 2025. REUTERS/Leah Millis/Foto de Arquivo

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O presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu nesta semana à liderança do Irã, pedindo que o país negocie um novo acordo nuclear, dias depois de surgirem informações de que as atividades atômicas de Teerã aumentaram.

“Eu escrevi uma carta para eles dizendo que espero que negociem, porque se tivermos que agir militarmente, será uma coisa terrível para eles”, disse Trump à Maria Bartiromo, da Fox, em uma entrevista que foi ao ar nesta sexta-feira (7), quando perguntado se ele havia escrito ao líder supremo Ali Khamenei.

Trump afirmou que, embora não esteja descartando uma intervenção militar, ele “prefere negociar um acordo”.

“Não tenho certeza se todos concordam comigo, mas podemos fazer um acordo que seria tão bom quanto se você vencesse militarmente”, disse o presidente.

A Agência Internacional de Energia Atômica pediu no início desta semana que os EUA e o Irã iniciassem conversas sobre as atividades nucleares de Teerã. Os monitores da agência da ONU alertaram que o estoque de urânio do Irã, enriquecido logo abaixo do grau de armas, aumentou em mais da metade desde que Trump venceu as eleições presidenciais de novembro.

O uso de uma carta por Trump espelha a estratégia do ex-presidente dos EUA, Barack Obama, cuja correspondência com Khamenei ajudou a impulsionar negociações que, em última análise, resultaram no Plano de Ação Conjunto Abrangente, um acordo de 2015 que trocou alívio de sanções por limites ao programa nuclear do Irã. Trump também trocou cartas com o líder norte-coreano Kim Jong Un em seu primeiro mandato como parte de uma tentativa de convencer Pyongyang a abandonar seu programa nuclear.

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Saindo do acordo

Trump se afastou do acordo da era Obama durante seu primeiro mandato, que terminou em 2021, porque não estava satisfeito com os termos. Em vez disso, ele iniciou uma chamada política de máxima pressão contra o Irã, desencadeando uma crise econômica e levantando temores de que os dois países estivessem próximos da guerra após ele ordenar um ataque com drone que matou um alto general iraniano.

O Irã respondeu com ataques recíprocos a uma base dos EUA no Iraque e aumentando a atividade nuclear. O país desenvolveu uma aliança muito mais próxima com a Rússia, fornecendo apoio militar para a invasão da Ucrânia.

Trump pediu ao presidente russo Vladimir Putin para ajudar na comunicação com o Irã sobre a questão nuclear, disseram pessoas familiarizadas com a situação neste mês.

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Embora Trump tenha dito no mês passado que está aberto a um novo acordo com o Irã, ele também se comprometeu a rejuvenescer as sanções destinadas a estrangular as exportações de petróleo do país. Khamenei rejeitou as negociações enquanto os EUA mantiverem sua campanha de máxima pressão contra a economia iraniana.

Na quinta-feira (6), o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que os EUA aumentariam as sanções contra o Irã, acrescentando que os EUA “fecharão” o setor de petróleo do país usando “marcos e prazos pré-determinados”.

“Deixar o Irã quebrado novamente marcará o início de nossa política de sanções atualizada”, disse ele ao Clube Econômico de Nova York.

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