Tropas israelenses relatam ter feito avanços em Gaza, enquanto EUA buscam pausas na guerra

EUA entendem que pausa nos combates deve ser temporária e localizada e rejeita apelos internacionais para um cessar-fogo total

Reuters

Palestinos inspecionam os danos causados por ataque aéreo israelense no campo de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza (Ahmad Hasaballah/Getty Images)
Palestinos inspecionam os danos causados por ataque aéreo israelense no campo de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza (Ahmad Hasaballah/Getty Images)

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GAZA/JERUSALÉM (Reuters) – O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reuniu-se com líderes israelenses nesta sexta-feira (3) para pressionar por pausas humanitárias na guerra em Gaza, enquanto tropas israelenses cercavam a maior cidade do enclave palestino, o foco de sua iniciativa para eliminar o grupo Hamas.

As forças israelenses bombardearam a Faixa de Gaza por terra, mar e ar durante toda a noite, em meio ao alarme global sobre o colapso dos serviços médicos e o aumento do número de mortes de civis.

O Hamas e sua aliada Jihad Islâmica, por sua vez, disseram que seus combatentes detonaram explosivos contra tropas que avançavam, lançaram granadas de drones e dispararam morteiros e foguetes antitanque em uma feroz guerra urbana em torno de prédios destruídos e montes de entulho na cidade.

Blinken, em sua segunda viagem a Israel em um mês, discutiria com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu medidas para minimizar os danos aos civis na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, onde alimentos, combustível, água e remédios estão se esgotando, prédios foram destruídos e milhares de pessoas fugiram de suas casas para escapar dos bombardeios.

A Casa Branca disse que qualquer pausa nos combates deve ser temporária e localizada e rejeitou os apelos dos países árabes e de várias outras nações para um cessar-fogo total na guerra, que está em seu 28º dia. O conflito foi iniciado após o Hamas ter feito ataques que mataram cerca de 1.400 pessoas, a maioria civis, e ter sequestrado cerca de 240 reféns no dia 7 de outubro, considerado o dia mais mortal de seus 75 anos da história de Israel.

Cerco

Os militares israelenses disseram que seus aviões de guerra, artilharia e marinha atingiram alvos do Hamas durante a noite, matando vários militantes, incluindo Mustafa Dalul, um comandante do grupo que, segundo essas informações, dirigia o combate em Gaza. Não houve confirmação imediata por parte do Hamas.

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A Cidade de Gaza – tradicionalmente um reduto do Hamas – foi cercada, disse o porta-voz militar, contra-almirante Daniel Hagari. “Os soldados estão avançando em batalhas, durante as quais estão destruindo a infraestrutura terrorista acima e abaixo do solo e eliminando os terroristas”, afirmou ele em uma coletiva de imprensa.

Durante a noite, eles encontraram grandes esconderijos de armas, equipamentos de proteção, equipamentos de comunicação e mapas, disse ele.

Em um ataque aéreo israelense em Khan Younis, no sul de Gaza, um jornalista local que trabalhava para a TV Palestina oficial e pelo menos nove de seus familiares imediatos foram mortos em sua casa, segundo parentes e autoridades de saúde.

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Em uma das mais fortes críticas de um líder europeu a Israel, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, disse que o país tinha o direito de se defender e perseguir o Hamas, mas que o ataque a Gaza também parecia estar se transformando em “vingança”.

Já os Emirados Árabes Unidos, um dos poucos Estados árabes com laços diplomáticos com Israel, disseram na sexta-feira que estavam trabalhando “incansavelmente” para um cessar-fogo imediato, alertando que o risco de repercussão regional e de uma nova escalada era real.

Israel rejeitou esses apelos, dizendo que tem como alvo os combatentes do Hamas, aos quais acusa de se esconderem intencionalmente entre a população e prédios civis.