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O principal diplomata do governo Trump, Marco Rubio, iniciou sua primeira visita ao exterior ao chegar ao Panamá neste domingo (2), onde se reunirá com o presidente panamenho, José Raul Mulino, para discutir as preocupações dos Estados Unidos sobre as empresas chinesas, que podem afetar o acesso dos EUA ao transporte marítimo pelo Canal do Panamá, além de questões de migração na região.
Rubio visita a América Central e o Caribe em sua primeira incursão como secretário de Estado, enquanto busca reorientar a diplomacia norte-americana no Ocidente, em parte para recrutar ajuda para conter a migração em direção à fronteira sul.
Controle do canal
A viagem também reflete o desejo de combater a crescente influência diplomática da China na América Latina. Ao tomar posse no mês passado, o presidente Donald Trump ameaçou assumir o controle do Canal do Panamá, construído pelos EUA no início do século 20 e entregue ao Panamá após um tratado de 1977, alegando que o canal vem sendo operado pela China. Os comentários provocaram reação pública negativa e o Panamá repreendeu veementemente as ameaças de Trump.
A China diz que não tem nenhum papel na operação do canal e que respeita a soberania e a independência do Panamá sobre a hidrovia. A passagem é operada pela Autoridade do Canal do Panamá, uma agência autônoma supervisionada pelo governo panamenho.
Rubio, um antigo defensor da China durante sua carreira no Senado, disse na semana passada que o país poderia usar os portos para fechar o canal, uma rota vital para a navegação dos EUA, no caso de um conflito entre Pequim e Washington.
Estreito de Darien
Rubio foi recebido na residência de Mulino pelo ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez-Acha Vásquez, antes de sua aguardada reunião com o presidente. Mulino disse que a propriedade do canal não está em pauta nas conversas com Rubio.
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Rubio também planeja discutir o tema imigração no Panamá, que coopera com os EUA na prevenção da imigração através do estreito de Darien, rota através da acidentada fronteira entre Panamá e Colômbia usada por traficantes de pessoas e de drogas.
Rubio ordenou que o Departamento de Estado coloque as questões de imigração no centro de sua diplomacia com os países da região. Autoridades dizem que Rubio usará a viagem para facilitar a aceitação dos voos de deportação dos EUA para a região.