Rússia diz que ataque ucraniano a Kursk afasta negociações de paz

Assessor presidencial russo Yuri Ushakov disse que Moscou não está pronta para manter conversações de paz com a Ucrânia por enquanto, dado o ataque de Kiev à região russa de Kursk

Reuters

Prédio em chamas na cidade de Sudzha após a incursão de tropas ucranianas na região de Kursk, na Rússia (Foto: MIC Izvestia /IZ.RU via Reuters)
Prédio em chamas na cidade de Sudzha após a incursão de tropas ucranianas na região de Kursk, na Rússia (Foto: MIC Izvestia /IZ.RU via Reuters)

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Moscou (Reuters) – O assessor presidencial russo Yuri Ushakov disse nesta segunda-feira (19) que Moscou não está pronta para manter conversações de paz com a Ucrânia por enquanto, dado o ataque de Kiev à região russa de Kursk, mas que a Rússia não estava retirando suas propostas de paz anteriores.

Ushakov fez os comentários em uma declaração em vídeo transmitida pelo canal de notícias SHOT. “Nesse estágio, considerando esse empreendimento (Kursk), não conversaremos”, afirmou Ushakov.

A incursão relâmpago da Ucrânia, a maior na Rússia por uma potência estrangeira desde a Segunda Guerra Mundial, começou em 6 de agosto, quando milhares de soldados ucranianos cruzaram a fronteira ocidental da Rússia em um grande constrangimento para os militares russos.

Perguntado se as propostas de conversações de paz apresentadas pelo presidente russo Vladimir Putin em junho estavam agora fora de cogitação, Ushakov disse que não.

“Não, elas (as propostas) não foram canceladas. Mas, neste momento, é claro, seria completamente inadequado entrar em qualquer tipo de processo de negociação”, declarou Ushakov.

Questionado por quanto tempo Moscou manteria sua posição de suspender a perspectiva de qualquer conversa com Kiev, Ushakov disse:”Não sei. Isso dependerá da situação, inclusive no campo de batalha”.

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Em junho, Putin disse que a Rússia só encerraria a guerra na Ucrânia se Kiev concordasse em abandonar suas ambições na Otan e entregar a totalidade de quatro províncias reivindicadas por Moscou, exigências que Kiev rejeitou rapidamente como equivalentes à rendição.