Rússia defende negociação com Estados Unidos que inclua Ucrânia

Segundo a Rússia, a lista de temas que exigem "diálogo amplo e abrangente" entre os países está crescendo

Reuters

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (REUTERS/Anton Vaganov/Pool/File Photo)
Presidente da Rússia, Vladimir Putin (REUTERS/Anton Vaganov/Pool/File Photo)

Publicidade

A Rússia vê uma necessidade urgente de negociações de segurança com os Estados Unidos, mas elas devem ser “abrangentes” e incluir o tema da Ucrânia, disse o Kremlin nesta sexta-feira (21).

“É impossível eliminar quaisquer segmentos individuais do complexo geral de problemas acumulados, e não faremos isso”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando questionado sobre se Moscou estava pronta para conversar com Washington a respeito dos riscos nucleares.

“Portanto, estamos abertos ao diálogo, mas a um diálogo amplo e abrangente que cubra todas as dimensões, incluindo a dimensão atual relacionada com o conflito em torno da Ucrânia, relacionada com o envolvimento direto dos EUA neste conflito”, disse Peskov aos jornalistas.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

Os Estados Unidos rejeitam a alegação da Rússia de que, ao armar a Ucrânia, se tornou um protagonista direto numa guerra que visa infligir uma esmagadora “derrota estratégica” a Moscou. Os EUA dizem que quaisquer negociações sobre a guerra são um assunto da Ucrânia.

A posição russa, tal como delineada por Peskov, não é nova. Mas ele disse aos repórteres que a lista de temas que a Rússia e os Estados Unidos precisavam discutir estava crescendo.

“No geral, este diálogo é muito necessário”, disse Peskov. “É necessário porque os problemas estão se acumulando e há muitos problemas associados à arquitetura de segurança global.”

Continua depois da publicidade

Do ponto de vista de Washington, é Putin quem, no terceiro ano de guerra na Ucrânia, acrescenta itens à lista de preocupações de segurança.

Esta semana ele visitou a Coreia do Norte, que possui armas nucleares, assinou um acordo de defesa mútua com o seu líder Kim Jong Un e disse que poderia fornecer armas russas à Coreia do Norte em resposta ao armamento ocidental da Ucrânia.

Putin também reiterou na quinta-feira que estava considerando rever a doutrina da Rússia sobre o uso de armas nucleares. O último tratado de controle de armas que limita o número de ogivas nucleares estratégicas que a Rússia e os Estados Unidos podem utilizar deverá expirar em 2026.