Rússia aumentou ataques à Ucrânia, com foco na população civil, diz ONU

Novo relatório mostra que pelo menos 436 civis foram mortos e outros 1.760 ficaram feridos entre março e maio; maior impacto dos ataques contra infraestruturas energéticas críticas será sentido no inverno

Roberto de Lira

Subestação Ukrenergo danificada por ataque russo no centro da Ucrânia  (Foto: Gleb Garanich/Reuters)
Subestação Ukrenergo danificada por ataque russo no centro da Ucrânia (Foto: Gleb Garanich/Reuters)

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A Rússia aumentou seus ataques contra o território ucraniano no período entre março e maio, elevando as mortes de civis e afetando a infraestrutura e o fornecimento de energia e água, com consequências socioeconômicas de longo prazo ainda não conhecidas.

A informação está em novo relatório elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Segundo o estudo, só em maio houve o maior número mensal de vítimas civis em quase um ano.

O relatório, que detalha a situação dos direitos humanos na Ucrânia entre 1º de março e 31 de maio de 2024, informou que nesse período pelo menos 436 civis foram mortos e outros 1.760 ficaram feridos como resultado da violência relacionada ao conflito.

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Entre as vítimas estão seis profissionais da imprensa, 26 funcionários de instituições de saúde, cinco trabalhadores humanitários e 28 trabalhadores dos serviços de emergência.

A maioria (91%) das vítimas ocorreu em território controlado pela Ucrânia e os outros 9% em território ocupado pela Rússia.

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No período do relatório, as autoridades russas informaram que 91 civis foram mortos e 455 feridos na Rússia de ataques lançados pelas forças armadas ucranianas, principalmente nas regiões de Belgorod, Briansk e Kursk.

“Os combates nesta primavera tiveram um preço horrível para os civis, particularmente na região e cidade de Kharkiv”, disse Danielle Bell, chefe da Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia (HRMMU). “Os ataques implacáveis resultaram em trágica perda de vidas, deslocamento e destruição de casas e empresas”, acrescentou.

Entre as principais razões para os extensos danos civis, a HRMMU identificou o uso de poderosas bombas e mísseis lançados pelo ar em áreas povoadas e pelo menos cinco casos de ataques sucessivos no mesmo local em um curto intervalo, que causaram inúmeras baixas entre os socorristas.

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Durante o período do relatório, as forças armadas russas lançaram sua maior campanha de ataques contra infraestruturas energéticas críticas desde o inverno de 2022-2023, matando e ferindo civis e afetando milhões de pessoas em todo o país.

“Cinco ondas de ataques contra a infraestrutura de energia resultaram em vítimas civis e cortes significativos de energia para milhões de pessoas em todo o país, com efeitos em cascata no fornecimento de água, conectividade móvel e de internet e transporte público”, disse Bell.

“O impacto total dos ataques à infraestrutura de energia só ficará claro no próximo inverno, quando a reduzida capacidade de geração de energia da Ucrânia poderá deixar muitos sem acesso a aquecimento e outros serviços necessários para sua sobrevivência”, alertou.

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O relatório completo será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU no dia 9 de julho.