Rússia alerta Ocidente e Ucrânia sobre ‘consequências’ de ação contra Belarus

Ministério das Relações Exteriores está preocupado com o que chamou de atividade cada vez mais "provocativa" na fronteira com Belarus, sugerindo uma ataque iminente

Reuters

Militares ucranianos perto de Kiev (Foto: Gleb Garanich/Reuters)
Militares ucranianos perto de Kiev (Foto: Gleb Garanich/Reuters)

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Moscou (Reuters) – A Rússia alertou o Ocidente e a Ucrânia, nesta sexta-feira (20), sobre “consequências desastrosas” se Kiev se movimentar contra Belarus, aliada próxima da Rússia, deixando claro que interviria para defender um país onde implantou armas nucleares táticas.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Maria Zakharova disse aos repórteres que Moscou está preocupada com o que ela chamou de atividade cada vez mais “provocativa” na fronteira com Belarus, afirmando que não descarta a possibilidade de haver tentativas de escalada na região.

Dias após a incursão surpresa da Ucrânia em 6 de agosto na região russa de Kursk, o líder bielorrusso Alexander Lukashenko – um aliado leal do presidente Vladimir Putin – sugeriu, sem fornecer evidências, que Kiev poderia ter ideias de atacar Belarus.

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Minsk, que acusou drones ucranianos de violarem seu espaço aéreo, anunciou posteriormente que estava enviando tropas extras para sua fronteira com a Ucrânia, embora Kiev tenha dito que não havia visto grandes mudanças na área da fronteira.

“Tomamos a devida nota das informações recebidas sobre a intensificação das atividades das forças ucranianas na zona de fronteira”, disse Zakharova.

“Nós mesmos observamos esses fatos e estamos cientes das constantes tentativas do lado ucraniano de usar drones e enviar terroristas para a república”, acrescentou.

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O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse no mês passado que o país “nunca tomou e não tomará nenhuma ação hostil contra o povo bielorrusso”.

Em uma clara referência à incursão ucraniana em Kursk, Zakharova disse que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky havia demonstrado ser capaz do que ela chamou de “medidas imprudentes”, acusando-o de coordenar sua ação com Washington antes da eleição presidencial norte-americana de novembro.

“Portanto, de acordo com essa lógica, não descartamos a possibilidade de que essas forças destrutivas possam desencadear e agravar a situação na região.”

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Ela disse que Rússia e Belarus fazem parte de um “Estado de União” e se comprometeram a defender conjuntamente suas fronteiras comuns, ressaltando que um agrupamento militar regional conjunto foi implantado em Belarus juntamente com armas nucleares táticas russas.

“A implementação prática de quaisquer cenários que sejam agressivos em relação a Minsk está repleta de consequências desastrosas não apenas para a Ucrânia, mas também para seus patrocinadores”, afirmou ela.