Risco de ataques faz BP redirecionar transporte marítimo e evitar o Mar Vermelho

Estreito que separa o Iêmen da África Oriental tem sido alvo de ataques de rebeldes Houthi; grandes empresas de transporte marítimo também estão evitando a região

Roberto de Lira

Contêineres empilhados em navio de carga no Canal de Suez, Mar Vermelho, no Egito (Camille Delbos/Getty Images)
Contêineres empilhados em navio de carga no Canal de Suez, Mar Vermelho, no Egito (Camille Delbos/Getty Images)

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A empresa petrolífera BP anunciou que interrompeu temporariamente a rota de seus navios pelo Mar Vermelho por questões de segurança. A região tem sido alvo frequente de ataques a embarcações comerciais atribuídos aos rebeldes Houthi do Iêmen, aliados do Irã.

A decisão veio dias depois de grandes empresas de transporte, como Maersk, MSC, CMA CGM Group e Hapag-Lloyd já terem redirecionado sus rotas para o Cabo da Boa Esperança.

A mudança é sensível para o comércio global porque, na estreita faixa navegável que separa o Iêmen da África Oriental, levando ao Canal de Suez, passam cerca de 10% do comércio mundial.

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Mais de 20 navios relataram incidentes nos últimos meses, muitos deles em torno do estreito Bab al-Mandab, que separa a Península Arábica da África.

Calcula-se que o redirecionamento dos navios para Cabo da Boa Esperança acrescente duas semanas ao transporte além do que seria gasto se a rota pelo estreito de Bab al-Mandab, ao sul do Canal de Suez, fosse mantida. E isso traz um natural impacto em gasto de combustível, necessidade de mais navios e atrasos em entregas, afetando os preços dos fretes internacionais.

Segundo agências internacionais, a BP, descreveu a decisão como uma “pausa de precaução” e que iria priorizar a segurança das tripulações.

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A Reuters lembra que os Houthi do Iêmen, alinhados ao Irã, estão desempenhando um papel crescente no conflito no Oriente Médio, atacando navios no Mar Vermelho e disparando drones e mísseis contra Israel, em apoio aos palestinos na Guerra da Faixa de Gaza.

Com tensão na região e os prejuízos ao comércio internacional, a expectativa é que os Estados Unidos devam devem anunciar a criação de uma força de proteção marítima mais ampla, envolvendo inclusive estados árabes, para combater os ataques cada vez mais frequentes dos Houthi.