Reunião do G-7 na Itália pode promover primeiro encontro entre Lula e Javier Milei

Ao trazer líderes do chamado Sul Global para as discussões, Georgia Meloni eleva as hipóteses de mediar acordos significativos, mas também sinaliza que irá enfrentar algumas tensões de longa data

Bloomberg

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(Bloomberg) — A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, parece preparada para arquitetar o primeiro encontro presidencial entre o argentino Javier Milei e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do G-7 em junho, enquanto o Papa Francisco também deve comparecer pela primeira vez.

Os líderes da Turquia, dos Emirados Árabes Unidos e da Ucrânia também estão confirmados numa lista de elenco “potencialmente volátil” na cidade turística de Apúlia, no sul de Itália, enquanto Meloni procura solidificar as suas credenciais como estadista que pode unir outros poderosos.

Narendra Modi, da Índia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, também planejam estar lá, enquanto a Arábia Saudita ainda não consolidou os seus planos.

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Com os EUA e os seus aliados sob pressão e a ordem global em evolução, os líderes do G-7 deverão discutir o apoio à Ucrânia, o conflito entre Israel e o Hamas, a concorrência com a China e a inteligência artificial. Eles também convergem num plano para utilizar ativos russos congelados para ajudar o esforço de guerra de Kiev.

Os membros oficiais dos membros do G-7 são os EUA, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e União Europeia. O encontro acontecerá entre os dias 13 e 15 de junho.

Ao trazer líderes do chamado Sul Global para as discussões, Meloni eleva as hipóteses de mediar acordos significativos, mas também sinaliza que irá enfrentar algumas tensões de longa data.

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Os aliados têm opiniões divergentes sobre o conflito Israel-Hamas e diferentes abordagens para lidar com o Irã, que está preso numa guerra por procuração de décadas com Israel. Também têm sido lentos a encontrar um consenso sobre como lidar com os ativos russos, embora uma reunião de ministros das finanças no início deste mês tenha ajudado a desbloquear caminhos.

Se Meloni conseguir colocar Lula e Milei cara a cara, seria uma jogada da primeira-ministra italiana, uma vez que os dois vizinhos estão envolvidos numa guerra verbal.

Lula chamou o presidente argentino de nacionalista “primitivo” e Milei rotulou seu homólogo brasileiro de “comunista”. Lula também criticou veementemente Israel e, no passado, o apoio ocidental a Kiev. Ambos os países têm comunidades consideráveis ​​de ascendência italiana e têm sido um foco da diplomacia italiana.

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A primeira aparição do Papa Francisco no G-7 também será observada de perto depois que o pontífice de 87 anos desencadeou uma tempestade de críticas neste mês ao supostamente usar um insulto homofóbico em uma reunião privada. O Papa, que tem um histórico de sair do roteiro, também opinou sobre a guerra na Ucrânia no passado e, à certa altura, pareceu sugerir que Kiev deveria se render à Rússia.

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