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Depois de meses conturbados, com desistência de candidato e atentado contra o outro, esta terça (5) as eleições nos Estados Unidos chegam ao seu dia principal com muita indefinição.
Sol Azcune, analista política da XP, participou nesta terça-feira do programa Morning Call da XP e fez uma explanação do quadro eleitoral americano.
Senado e Câmara
“A gente tem uma eleição presidencial em jogo e também uma eleição parlamentar. Um terço do Senado está em jogo e todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes (similar a Câmara dos Deputados no Brasil)”, disse.
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Na disputa à Casa Branca estão a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. “A gente tem em jogo uma visão (de quem vencer) muito distinta do rumo do que os Estados Unidos devem seguir pelo menos nos próximos quatro anos, tanto na pauta econômica como na de costumes”, comentou.
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“A gente acha que Donald Trump tem uma leve vantagem e é considerado favorito por pequena margem. Diante da tendência que temos observado nas últimas semanas, a nossa convicção é que ele é favorito por leve margem”, afirmou a analista da XP, acrescentando que as pesquisas dão empate entre os dois candidatos.
Mercado prefere Congresso moderado
“A gente sempre gosta de destacar a presidência porque chama mais a atenção, que acaba pautando muito a agenda, mas o Congresso tem o papel essencial de determinar quanto de espaço um presidente terá ou não de avançar com sua agenda. Por isso, acaba sendo chave para o mercado”, ressaltou.
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Segundo Sol Azcune, “em linhas gerais, o mercado acaba sendo beneficiado com um Congresso dividido já que ele requer mais diálogo e negociação e muitas vezes moderação das agendas”.
No Congresso, a analista vê o cenário de eleição mais complexo. “No Senado, a gente acredita que os republicanos têm mais chance de conseguir a maioria. Atualmente, o Senado tem maioria Democrata e a tendência é que percam alguns senadores e, assim, a maioria acabaria passando para os republicanos”, explicou.
Câmara de resultado mais imprevisível
Já na Câmara dos Representantes, ela aponta um quadro bem mais difícil de acompanhar por se tratar de 435 disputas, com as pesquisas tento dificuldade de firmar um resultado.
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“Por isso, a gente acaba acompanhando uma série de fatores, não só as pesquisas. Hoje, nossa análise é que os republicanos têm uma leve vantagem, mas a tendência é que a Câmara acabe acompanhando o partido que levar a presidência”, afirmou.
Para a XP, um cenário em que Donald Trump seja o vencedor, a tendência é que tanto o Senado quanto a Câmara fiquem com maioria republicana. Em um cenário em que a Kamala Harris vença, a expectativa é que o Senado continue republicano, mas a Câmara tenha maioria democrata.