Biden diz que continuará na corrida pela Casa Branca, rejeitando apelos para desistir

Presidente dos EUA falou durante comício de campanha em Raleigh, na Carolina do Norte

Bloomberg

Presidente dos EUA, Joe Biden, faz campanha em Raleigh, Carolina do Norte
28/06/2024
REUTERS/Elizabeth Frantz
Presidente dos EUA, Joe Biden, faz campanha em Raleigh, Carolina do Norte 28/06/2024 REUTERS/Elizabeth Frantz

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O presidente dos EUA Joe Biden afirmou que está comprometido em vencer as eleições de novembro, ignorando os apelos crescentes de importantes membros do partido Democrata para que ele se afaste após seu desastroso desempenho no debate contra o republicano Donald Trump.

Biden, de 81 anos, reconheceu na sexta-feira (28) as limitações causadas pela sua idade e pelo seu desempenho vacilante no dia anterior contra Trump. Mas ele declarou que está apto para cumprir mais quatro anos na Casa Branca.

“Eu dou a vocês a minha palavra: eu não estaria concorrendo novamente se não acreditasse de todo o meu coração e alma que posso fazer esse trabalho”, disse o presidente em um comício de campanha na Carolina do Norte. “Eu pretendo vencer neste estado em novembro.”

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O presidente disse aos apoiadores: “Eu sei que não sou mais um jovem, para dizer o óbvio”, levando a multidão a aplaudi-lo em apoio.

“Eu não ando tão facilmente como costumava. Não ando tão suavemente como costumava. Não debato tão bem como costumava”, continuou. “Mas eu sei o que eu sei — eu sei como dizer a verdade, eu sei distinguir o certo do errado e eu sei como fazer esse trabalho.”

Vários legisladores e doadores democratas — assim como alguns dos apresentadores de televisão e colunistas favoritos de Biden — disseram publicamente e em particular que o presidente mais velho da história dos EUA deveria sair da corrida após um desempenho no debate que consolidou a percepção pública de que ele não é capaz de lidar com as exigências de um segundo mandato como comandante-em-chefe.

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No entanto, os comentários de Biden deixaram claro que ele não vai ceder à pressão para abrir caminho para outro candidato democrata. Seus comentários também sinalizaram que ele provavelmente não mudará drasticamente a abordagem de sua campanha, apesar de cometer um dos maiores erros da história política moderna no debate de quinta-feira (27).

O ex-presidente Barack Obama, que desencorajou Biden a concorrer à presidência após a morte de seu filho em 2015, na sexta-feira ofereceu seu total apoio ao seu antigo número dois. Obama, um dos democratas mais populares, fez campanha para Biden nas últimas duas eleições.

“Noites ruins de debate acontecem. Acredite em mim, eu sei”, disse Obama em um comunicado, referindo-se ao seu instável primeiro debate em 2012. “Esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pela vida das pessoas comuns durante toda a sua vida e alguém que só se preocupa consigo mesmo.”

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O presidente mostrou mais energia na sexta-feira, embora episódios de tosse tenham interrompido seu discurso — resultado do que pessoas familiarizadas com o assunto disseram ser um resfriado. Biden aproveitou as oportunidades que perdeu durante o debate para atacar Trump em questões como direito ao aborto, a tentativa do ex-presidente de mudar o resultado das eleições de 2020 e sua condenação por comprar o silêncio de uma atriz pornô em Nova York.

“Pensei comigo mesmo que Donald Trump não é apenas um criminoso condenado, Donald Trump é uma onda de crimes em uma única pessoa”, disse Biden.

O presidente disse que “a própria América está em jogo” nas eleições de novembro, citando a promessa de Trump de se vingar de seus inimigos políticos se ele ganhar outro mandato.

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“Donald Trump destruirá a democracia. Eu a defenderei”, disse Biden.

Trump está tentando aproveitar o impulso após o debate com seu próprio comício na Virgínia mais tarde nesta sexta-feira. Ambos escolheram fazer campanha em estados em que vão enfrentar desafios para vencer, sinalizando que eles querem expandir o mapa de áreas competitivas neste outono americano. Nenhum candidato presidencial democrata venceu a Carolina do Norte desde 2008 e um republicano não ganha na Virgínia há duas décadas.

“Se vencermos aqui, vencemos a eleição”, disse Biden.

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