Quais são os “estados pêndulo” na eleição deste ano nos EUA?

Na eleição deste ano, são sete os estados que estão no foco das campanhas, da mídia e do próprio eleitorado: Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte, Michigan, Wisconsin, Nevada e Arizona

Roberto de Lira

Homem em barraca de venda de bandeiras dos EUA em madeira, durante festival na Geórgia -  17/08/2024 (Foto: Megan Varner/Reuters)
Homem em barraca de venda de bandeiras dos EUA em madeira, durante festival na Geórgia - 17/08/2024 (Foto: Megan Varner/Reuters)

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Estados duvidosos, estados pêndulo, estados cruciais e campos de batalha são algumas das traduções encontradas para identificar os estados americanos onde não é possível determinar de antemão um favorito na disputa pela Casa Branca. Mas o que são os “swing states”, que estão no foco das campanhas, da mídia e do próprio eleitorado americano nas próximas semanas?

Simplificando, são locais que oscilam em suas preferências por candidatos democratas ou republicanos, com resultados que dificilmente trazem uma diferença maior que cinco pontos percentuais.

Na eleição deste ano, são sete os estados que estão no foco das campanhas, da mídia e do próprio eleitorado: Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte, Michigan, Wisconsin, Nevada e Arizona.

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Desses sete, Donald Trump só venceu em um na disputa contra Joe Biden em 2020: a Carolina do Norte. Mas em outros locais, a diferença foi ínfima. Biden levou todos os 16 votos do colégio eleitoral da Geórgia com uma vantagem de menos de 12,3 mil votos, enquanto a liderança democrata na Pensilvânia (que garantiu 20 delegados) foi de 80 mil votos.

No Wisconsin foram pouco mais de 20 mil votos a favor de Biden, mas suficientes para garantir outros 10 delegados. A vantagem democrata no Arizona foi pouco superior a 10 mil votos, num universo de mais de 3,2 milhões de eleitores – dando outros 11 delegados para Biden.

Lista alterada

A expressão “swing state” não é nova – apareceu nas páginas do The York Times em 1936-, mas o tema só se tornou importante para a decisão final da eleição no últimos 40 anos. E a lista foi se modificando nesse período.

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Um livro sobre o tema publicado em 2015 pelo professor e especialistas em ciência política David Shultz, por exemplo, listava 10 estados como o que realmente importavam naquela data.

Parte dessas mudanças se consolidou nas duas últimas eleições. O Arizona virou uma área duvidosa recentemente, enquanto a Flórida, que era um “swing state” até 2020, assumiu a preferência republicana entre 2016 e 2020.

Já Ohio foi um estado oscilante durante seis décadas, só encerrando essa tendência em 2016, também a favor do Partido Republicano. O estado do Colorado, por sua vez, tende hoje para os democratas, abandonando um passado de indecisão.

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As explicações para essas mudanças são várias, mas migrações internas por conta de mudanças no mercado de trabalho ou por aposentadoria, bem como o avanço da imigração, acabam causando flutuações na composição racial e étnica que tendem a alterar a preferência política da área.

Além disso, questões sociais acabam por substituir as diferenças econômicas e impulsionam a conversa política em estados indecisos. Mudanças na lei federal do aborto, jogando as decisões para as Cortes dos Estados, episódios de violência policial ou crimes cometidos por imigrantes se tornam discursos fortes e potenciais viradores de voto em épocas de campanha.

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