Presidente do comitê de inteligência da Câmara dos EUA alerta para “séria ameaça à segurança nacional”

“Peço que o presidente Biden desclassifique todas as informações relacionadas a esta ameaça para que o Congresso, o governo e nossos aliados possam discutir abertamente as ações necessárias para responder a esta ameaça”, disse o deputado

Reuters

Presidente do comitê de inteligência da Câmara dos EUA, Mike Turner 29/09/2021 Rod Lamkey/Pool via REUTERS
Presidente do comitê de inteligência da Câmara dos EUA, Mike Turner 29/09/2021 Rod Lamkey/Pool via REUTERS

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WASHINGTON (Reuters) – O presidente do comitê de inteligência da Câmara dos EUA emitiu um comunicado enigmático nesta quarta-feira dizendo que o comitê disponibilizou a todos os membros do Congresso informações sobre uma “séria ameaça à segurança nacional” não especificada que, segundo fontes, está relacionada à Rússia.

“Peço que o presidente Biden desclassifique todas as informações relacionadas a esta ameaça para que o Congresso, o governo e nossos aliados possam discutir abertamente as ações necessárias para responder a esta ameaça”, disse o deputado Mike Turner, no comunicado.

Ele não deu mais informações e seu gabinete não respondeu aos pedidos por mais comentários em um primeiro momento.

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Duas fontes com conhecimento do assunto disseram que o comunicado de Turner está relacionado à Rússia e operações no espaço, sem dar mais detalhes sobre o que foi descrito como um assunto altamente secreto.

O comunicado de Turner foi publicado em meio a um intenso debate no Congresso sobre como os EUA devem lidar com ameaças globais da Rússia e outros adversários, com defensores de políticas de segurança mais agressivas cobrando um envolvimento global maior e alguns parlamentares mais alinhados com o ex-presidente republicano Donald Trump defendendo uma abordagem “América em Primeiro Lugar” às questões mundiais.

O governo Biden está intensificando suas críticas aos republicanos da Câmara por um possível bloqueio a um projeto de lei de 95 bilhões de dólares aprovado pelo Senado que forneceria auxílio a Ucrânia, Israel e Taiwan. Apoiadores do projeto argumentam que um grande motivo para os EUA apoiarem o governo de Kiev é para reagir a ameaças da Rússia que vão além da Ucrânia.

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O presidente da Câmara, Mike Johnson, forte aliado de Trump que afirma que não apressará uma votação do projeto de lei do Senado, disse a repórteres no Capitólio que não havia razão para alarme do público. “Mãos firmes estão no volante. Estamos trabalhando nisso e não há necessidade para alarme”, disse.

“NÃO É MOTIVO PARA PÂNICO”

Os senadores Mark Warner e Marco Rubio, presidente democrata e vice-presidente republicano do Comitê de Inteligência do Senado, emitiram um comunicado conjunto dizendo que o painel possui as informações em questão e está monitorando “rigorosamente” a situação.

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“Continuamos levando este assunto a sério e estamos discutindo uma resposta apropriada com o governo. Enquanto isso, precisamos ser cautelosos sobre potencialmente divulgar fontes e métodos que podem ser chave para preservar uma ampla gama de opções para ações dos EUA”, disse o comunicado.

Uma fonte com conhecimento do assunto afirmou que Warner e Rubio foram informados sobre a ameaça duas semanas atrás. A fonte disse que a questão não era alheia ao projeto de lei de gastos de segurança, mas que não havia uma relação direta entre eles.

O deputado Jim Himes, principal democrata no painel de inteligência da Câmara, disse que a questão do comunicado de Turner é significativa, “mas não é motivo para pânico”.

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Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, se recusou a dar detalhes específicos. Ele disse que marcou uma reunião para quinta-feira com líderes do Congresso e que ficou surpreso com a decisão de Turner de emitir o comunicado.