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Lisboa (Reuters) – O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, convidou Luis Montenegro, cuja Aliança Democrática (AD), de centro-direita, venceu as eleições parlamentares de 10 de março por uma pequena margem, para formar um governo minoritário após oito anos de governo socialista, informou a Presidência portuguesa na quinta-feira (21).
A AD, que ficou muito aquém de uma maioria absoluta, disse que está preparada para governar sozinha, rejeitando negociar uma coalizão proposta pelo partido de extrema-direita Chega.
O Chega emergiu como um partido-chave depois de quadruplicar sua representação parlamentar — fato inédito para um partido dessa vertente política desde a queda de uma ditadura fascista há 50 anos.
Um governo da AD dependerá de acordos fragmentados no Parlamento com o Chega ou com a esquerda para aprovar legislações, o que o torna potencialmente instável.
A nomeação amplamente esperada do presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa ocorreu pouco depois da meia-noite de quinta-feira (horário local), depois que as cédulas restantes do exterior foram contadas pela comissão eleitoral, dando ao Chega duas cadeiras adicionais no Parlamento, enquanto a AD e os socialistas acrescentaram apenas uma cada.
No total, a AD conquistou 80 cadeiras no Parlamento de 230 vagas, que deve retornar na aos trabalhos na próxima semana, seguida pelos socialistas, com 78 cadeira,s e pelo Chega, que foi fundado há apenas cinco anos, e atingiu 50 assentos.
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O resultado ressalta a inclinação política para o populismo de direita e a redução dos governos socialistas em toda a Europa, o que deve resultar em ganhos para os partidos de extrema-direita nas eleições ao Parlamento Europeu de junho.
Montenegro, de 51 anos, disse repetidamente que não faria um acordo com o Chega, reiterando na quarta-feira que a AD estava preparada para governar por conta própria.
O líder do Chega e ex-comentarista esportivo da TV, André Ventura, exigiu um papel no governo em troca de apoio.