Presidente da Coreia do Sul diz que cargo está “nas mãos do partido” após lei marcial

Em um discurso em rede nacional neste sábado (7), o líder sul-coreano admitiu que, embora tenha declarado lei marcial por "desespero", isso causou "ansiedade e desconforto" para o povo

Equipe InfoMoney

Um manifestante segura um cartaz durante um protesto contra a declaração surpresa de lei marcial do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol na noite passada, que foi revertida horas depois, e para pedir sua renúncia, em Seul, Coreia do Sul, 4 de dezembro de 2024. O cartaz diz: "Renuncie, Yoon Suk Yeol." REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Um manifestante segura um cartaz durante um protesto contra a declaração surpresa de lei marcial do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol na noite passada, que foi revertida horas depois, e para pedir sua renúncia, em Seul, Coreia do Sul, 4 de dezembro de 2024. O cartaz diz: "Renuncie, Yoon Suk Yeol." REUTERS/Kim Kyung-Hoon

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Em sua primeira aparição pública após a imposição da lei marcial na última terça-feira (3), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, afirmou que está “verdadeiramente arrependido” por causar ansiedade e prometeu não fazer outra tentativa de impô-la. 

Sob risco de impeachment, Yoon disse que deixará para seu partido decidir por quanto tempo ele deve permanecer no posto. O líder do partido, por sua vez, descreveu a saída como “inevitável”.

Em um discurso em rede nacional neste sábado (7), o líder sul-coreano admitiu que, embora tenha declarado lei marcial por “desespero”, isso causou “ansiedade e desconforto” para o povo. “Ofereço minhas sinceras desculpas ao povo que deve ter ficado muito surpreso”, disse.

Yoon afirmou ainda que deixaria as decisões sobre o restante de seu mandato e a estabilização da governança do país para seu partido. As declarações foram feitas horas antes da votação parlamentar de uma moção de impeachment contra ele. Ainda não é claro se a moção submetida pelos legisladores da oposição obteria a maioria necessária para que Yoon fosse acusado.

Inicialmente, o partido governista Partido do Poder Popular se manifestou contrariamente ao pedido de impeachment. Mas o líder da legenda pediu, na sexta-feira (6), a suspensão dos poderes constitucionais do presidente, descrevendo-o como inapto para ocupar o cargo e capaz de tomar medidas mais extremas, incluindo novas tentativas de impor lei marcial.

Neste sábado, Han Dong-hoon disse que a saída de Yoon é “inevitável”. “O desempenho normal dos deveres do presidente é impossível nestas circunstâncias e uma renúncia antecipada do presidente é inevitável”.

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O impeachment exige o apoio de 200 dos 300 membros da Assembleia Nacional. Os partidos de oposição que apresentaram em conjunto a moção de impeachment têm 192 assentos combinados. Isso significa que eles precisariam de pelo menos oito votos do Partido do Poder Popular de Yoon.

(Com Estadão Conteúdo e agências internacionais)