Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial de emergência

O presidente Yoon Suk Yeol acusa a oposição de colaboração com a Coreia do Norte

Equipe InfoMoney

FO presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol chega para uma entrevista coletiva no Gabinete Presidencial em Seul, Coreia do Sul, em 7 de novembro de 2024. REUTERS/Kim Hong-Ji/Pool/Foto de arquivo
FO presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol chega para uma entrevista coletiva no Gabinete Presidencial em Seul, Coreia do Sul, em 7 de novembro de 2024. REUTERS/Kim Hong-Ji/Pool/Foto de arquivo

Publicidade

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência no país, acusando a oposição de colaborar com a Coreia do Norte. Yoon disse nesta terça-feira (3) que reconstruirá um país livre e democrático por meio da lei marcial.

“Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos antiestado… Declaro lei marcial de emergência”, disse o presidente em um discurso televisionado ao vivo pela emissora local YTN.

“Esta é uma medida inevitável para garantir a liberdade e a segurança do povo e garantir a sustentabilidade da nação contra a agitação provocada por esses elementos subversivos e antiestatais.”

Continua depois da publicidade

“A Assembleia Nacional também cortou completamente orçamentos essenciais para operações nacionais, prevenção de crimes relacionados a drogas e segurança pública, minando as principais funções do estado”, acrescentou Yoon. “Isso deixou nossos cidadãos em um estado de caos, com a nação se tornando um paraíso para drogas e a segurança pública entrando em colapso”.

O presidente da Coreia do Sul também tem rejeitado pedidos de investigações independentes sobre escândalos envolvendo sua esposa e altos funcionários, atraindo repreensões rápidas e fortes de seus rivais políticos.

Desde que assumiu o cargo em 2022, Yoon tem lutado para impor suas agendas contra um parlamento controlado pela oposição.

Continua depois da publicidade

O Partido Democrata da oposição liberal teria convocado uma reunião de emergência de seus legisladores após o anúncio de Yoon. Segundo a agência de notícias Yonhap o líder da oposição sul-coreana, Lee Jae-myung, disse que a declaração de lei marcial é inconstitucional.

Ainda de acordo com a mídia local, Han Dong-hoon, líder do Partido do Poder Popular, ao qual o presidente Yoon Suk Yeol é filiado, também prometeu bloquear a declaração de lei marcial, descrevendo a medida como “errada”.

O que é lei marcial?

Lei marcial é uma regra temporária imposta por autoridades militares em um momento de emergência, quando as autoridades civis são consideradas incapazes de funcionar.

Continua depois da publicidade

A implementação da lei marcial pode ter impactos legais, como a suspensão de direitos civis normais e a extensão da lei militar.

Crise política

A crise política desencadeada na Coreia do Sul é marcada por disputas com a oposição, escândalos envolvendo sua esposa e tentativas de minar seu governo. Desde que a oposição conquistou uma vitória esmagadora nas últimas eleições gerais, Yoon tem sido descrito como um “presidente em fim de mandato”, sem força para avançar sua agenda legislativa, segundo pontua a BBC.

Com a maioria no parlamento, a oposição tem bloqueado os projetos do governo, aprovando leis que Yoon só consegue barrar por meio de vetos. Contudo, o presidente enfrenta dificuldades para conter a pressão crescente em torno de sua esposa, que está no centro de acusações de corrupção e tráfico de influência. A oposição tem pressionado por uma investigação especial contra a primeira-dama, aumentando as tensões políticas.

Continua depois da publicidade

Nesta semana, a oposição reduziu drasticamente os orçamentos propostos pelo governo e pelo partido governista. O presidente não pode vetar o projeto de orçamento, deixando o governo em uma posição ainda mais vulnerável. Paralelamente, movimentos para destituir membros do gabinete de Yoon estão ganhando força, com foco no chefe da agência de auditoria governamental, acusado de não investigar as denúncias contra a primeira-dama.

(Com agências internacionais)