Premiê do Japão Shigeru Ishiba segue no cargo após sobreviver a votação no Parlamento

Ishiba, que convocou a votação antecipada depois de assumir o cargo em 1º de outubro, deve agora comandar um frágil governo minoritário

Reuters

Premiê japonês Shigeru Ishiba após votação no Parlamento
 11/11/2024    REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Premiê japonês Shigeru Ishiba após votação no Parlamento 11/11/2024 REUTERS/Kim Kyung-Hoon

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TÓQUIO (Reuters) – Os parlamentares japoneses votaram na segunda-feira (11) a favor da permanência do primeiro-ministro Shigeru Ishiba como líder, depois que sua coalizão, atingida por escândalos, perdeu a maioria parlamentar em uma eleição para a câmara baixa no mês passado.

Ishiba, que convocou a votação antecipada depois de assumir o cargo em 1º de outubro, deve agora comandar um frágil governo minoritário enquanto o protecionista Donald Trump retorna ao comando do aliado Estados Unidos, a tensão aumenta com os rivais China e Coreia do Norte e a pressão interna cresce para controlar o custo de vida.

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Seu Partido Liberal Democrata e o parceiro de coalizão Komeito conquistaram o maior bloco de assentos na eleição, mas perderam a maioria mantida desde 2012, deixando-o dependente de pequenos partidos de oposição para aprovar sua agenda política.

Sublinhando essa fragilidade, a votação de segunda-feira no Parlamento, transmitida pela televisão, foi para um segundo turno pela primeira vez em 30 anos, sem que nenhum candidato conseguisse reunir o apoio da maioria no primeiro turno.

Mas Ishiba acabou prevalecendo, como esperado, obtendo 221 votos, bem acima de seu concorrente mais próximo, o ex-primeiro-ministro Yoshihiko Noda, líder do Partido Democrático Constitucional, principal partido de oposição, mas ainda sem a maioria na Câmara dos Deputados, de 465 assentos.

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O Japão realizará eleições no próximo ano para a câmara alta, menos poderosa, onde a pequena maioria da coalizão governista também poderá estar em risco se Ishiba não conseguir recuperar a confiança da população, abalada por um escândalo de doações não registradas a parlamentares.

Seu desafio iminente é compilar um orçamento suplementar para o ano fiscal até março, sob pressão dos eleitores e dos partidos de oposição para aumentar os gastos com assistência social e tomar medidas para compensar o aumento dos preços.

Para ser aprovado, ele precisa do apoio de pelo menos um partido de oposição, que provavelmente será o Partido Democrático do Povo (DPP), liderado por Yuichiro Tamaki.

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Com a confirmação de seu cargo de primeiro-ministro, Ishiba nomeou três novos ministros, um para o transporte, outro para a justiça e outro para a agricultura, dois dos quais substituem parlamentares do LDP que perderam suas cadeiras nas eleições parlamentares.

Ishiba agora se prepara para uma série de compromissos internacionais, incluindo uma cúpula do G20 no Brasil em 18 e 19 de novembro.

(Reportagem de John Geddie, Tim Kelly e Yoshifumi Takemoto)