Porta-voz de Putin: Rússia é contra uso de armas nucleares, mas situação está mudando

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Dmitri Peskov também afirmou que os russos "amam" o Brasil

Equipe InfoMoney

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em Moscou - 18/3/2024 (Foto: Maxim Shemetov/Reuters)
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em Moscou - 18/3/2024 (Foto: Maxim Shemetov/Reuters)

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Porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, o diplomata Dmitri Peskov concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada neste domingo (1º), na qual abordou a possibilidade de a Rússia usar armas nucleares.

“[A Rússia] está convencida de que as armas nucleares nunca devem ser usadas por ninguém. Por isso, fazemos o possível para que nunca sejam utilizadas. Mas a situação está mudando drasticamente”, disse Peskov.

Segundo o porta-voz, há sinais de que o mundo está à beira de uma Terceira Guerra Mundial, criticando a “posição irresponsável” adotada pelas potências ocidentais.

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“A Federação da Rússia tem todo o potencial necessário para defender sua soberania. O fato de seguirmos com a operação militar especial [na Ucrânia] é indicação de que vamos garantir plenamente todos os nossos interesses e nossa segurança. E nós faremos isso, custe o que custar”, afirmou.

Sobre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o porta-voz russo disse que o país não vai “colocar óculos cor-de-rosa”, em referência à promessa do americano de terminar com a guerra entre Rússia e Ucrânia em 24 horas:

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“Durante a primeira presidência de Trump, foram introduzidas 56 sanções dos EUA contra a Rússia. Houve muitos contrastes, com palavras de amizade e ações concretas de caráter hostil ao nosso país.”

Em sua visão, a Rússia opera dentro de uma democracia, afirmando que “apenas quem viola a lei vai preso”: “O apoio ao presidente Putin é sem precedentes (…) O povo se uniu em torno de seu presidente e, quando chega a hora [das eleições], vota nele”, disse Peskov.

Peskov também mencionou a importância do diálogo entre Putin e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando que a construção de um mundo multipolar pode levar a uma nova entrevista em que as relações russo-brasileiras sejam o foco principal: “Nós gostamos muito do Brasil, nós amamos o Brasil. E contamos com a reciprocidade do Brasil.”