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O recente afastamento do ministro das Finanças, Christian Lindner, pelo chanceler Olaf Scholz, mergulhou a maior economia da Europa em uma considerável incerteza. A coalizão de três partes, conhecida como aliança “semáforo”, composta pelos social-democratas (SPD), Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP), chegou ao fim após três anos de desentendimentos sobre como lidar com um buraco orçamentário de bilhões de euros previsto para 2025.
A crise em Berlim se intensificou após Scholz demitir Lindner na noite de quarta-feira (6), após meses de divergências sobre como lidar com o rombo no orçamento da Alemanha. Enquanto Scholz deseja aumentar os gastos por meio da contração de mais dívidas, citando o impacto da invasão russa da Ucrânia, Lindner se opôs a essa estratégia e defende cortes de impostos e gastos que, segundo o SPD e os Verdes, comprometeriam grande parte do programa governamental.
A tensão entre os dois se tornou pública, com Scholz acusando Lindner de ser “mesquinho” e “egocêntrico” e de não perceber os grandes desafios geopolíticos em jogo. Por outro lado, Lindner criticou Scholz por “trivializar” as preocupações dos cidadãos comuns da Alemanha.
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Scholz demite ministro e colapsa coalizão na Alemanha, que deve voltar às urnas
Depois de demitir o ministro das Finanças, Christian Lindner, Scholz deverá liderar um governo de minoria
Com a queda do governo, as eleições federais marcadas para o próximo outono devem ser antecipadas em cerca de seis meses, possivelmente para março ou abril. Scholz convocou um voto de confiança para o dia 15 de janeiro, mas Friedrich Merz, líder da oposição e da União Democrata Cristã (CDU), pede que ocorra já na próxima semana.
Independentemente de quando o voto de confiança acontecer, a expectativa é que o governo perca. Isso abriria caminho para o presidente Frank-Walter Steinmeier dissolver o Bundestag, o parlamento alemão, em até 21 dias, exigindo novas eleições no máximo dois meses depois. O cronograma de Scholz prevê que isso aconteça até meados de abril, mas Merz indica que pode ocorrer muito antes.
Enquanto isso, o chanceler e seu gabinete permaneceriam no cargo até a formação de uma nova coalizão. Scholz indicou que deseja avançar em seus projetos mais importantes, como a estabilização do sistema previdenciário. No entanto, como chefe de um governo minoritário, ele dependeria do apoio da oposição conservadora, que pode dificultar sua administração.
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O orçamento de 2025 permanece incerto, exigindo um possível orçamento emergencial a partir de janeiro, que será limitado em seus objetivos. Com a saída de Lindner, o FDP retirou seus outros ministros, embora o ministro dos Transportes, Volker Wissing, tenha optado por permanecer no governo. Assim, Scholz está, na prática, liderando um governo minoritário.
A teoria é que esse arranjo poderia durar até setembro, mas ninguém, nem mesmo Scholz, considera isso uma possibilidade viável. Um governo nessa situação estaria em uma posição vulnerável, o que não seria benéfico para a Alemanha no cenário internacional, especialmente em um momento em que a Europa busca forjar uma nova aliança transatlântica e enfrenta desafios, incluindo a ameaça da Rússia.
Os problemas enfrentados pelo governo começaram quando a coalizão de três partes foi formada em 2021, quando muitos acreditavam que seria difícil sustentá-la. A invasão russa da Ucrânia e o consequente aumento nos preços de energia e custo de vida complicaram ainda mais a situação. Além disso, a possibilidade de uma nova presidência de Trump aumentou a urgência de um governo forte e unido para revitalizar uma economia em dificuldades e unir uma nação cada vez mais dividida.
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As pesquisas de opinião indicam que a aliança conservadora CDU/CSU lidera claramente, com entre 30% e 34% das intenções de voto, enquanto o partido de extrema direita, Alternativa para a Alemanha (AfD), aparece com 16% a 19%. As taxas de aprovação dos partidos governantes caíram drasticamente desde 2021, com o SPD de Scholz entre 14% e 18%, os Verdes entre 9% e 12% e o FDP com apenas 3% a 5%.
A situação atual é vista como um dos motivos que levaram Lindner a desestabilizar a coalizão, uma vez que ele pretende apresentar seu partido como um futuro parceiro potencial da CDU/CSU. O BSW, que teve um impacto significativo em três eleições estaduais recentes, está com 6% a 9% e é considerado, embora com reservas, um potencial parceiro de coalizão por todos os principais partidos, que excluíram a possibilidade de trabalhar com a AfD.
Com a queda do governo, os analistas acreditam que isso pode ter um impacto considerável nas intenções de voto. No entanto, a configuração mais óbvia para um novo governo seria uma grande coalizão liderada por Merz, com os conservadores e o SPD, uma administração que, embora popular entre os eleitores alemães, é vista pelos políticos como complicada e ineficaz.
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