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Suíça e Itália ajustaram sua fronteira montanhosa sob o pico do Matterhorn, no momento em que a mudança climática nos Alpes derrete os glaciares que historicamente marcaram a fronteira entre os dois países.
“Seções significativas da fronteira são definidas pela bacia hidrográfica ou pelas cristas dos glaciares, firn [tipo de neve] ou neve perpétua”, disse o governo suíço na sexta-feira (27) em um comunicado. “Essas formações estão mudando devido ao derretimento dos glaciares.”
A Europa é o continente que mais aquece no mundo, e o impacto é visto de forma mais dramática em áreas como os Alpes, onde os glaciares perderam 10% de seu volume restante nos últimos dois anos, de acordo com o serviço meteorológico Copernicus da União Europeia. Os glaciares perderão metade de seu gelo até 2050, mesmo que o planeta aqueça menos de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, segundo um estudo publicado na revista da União Europeia de Geociências.
À medida que os glaciares encolhem, rotas montanhosas familiares mudam e, no pior cenário, o gelo pode desabar de repente. Em julho de 2022, no dia seguinte ao registro de temperaturas de dois dígitos no cume da Marmolada, nos Dolomitas italianos, um bloco de gelo se desprendeu do glaciar da montanha e matou 11 alpinistas.
A área afetada pelas mudanças na fronteira é a famosa estação de esqui de Zermatt, onde caminhantes e esquiadores podem atravessar livremente entre a Suíça e o vale Valtournenche da Itália. Os dois países concordaram em adaptar a fronteira em torno dos marcos de Testa Grigia, Plateau Rosa, Rifugio Carrel e Gobba di Rollin com base em seus interesses econômicos.
A Suíça aprovou o tratado de ajuste de fronteira na sexta-feira, enquanto a Itália ainda precisa assinar oficialmente as mudanças.
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A estação de Zermatt, ao redor do pico do Matterhorn, atrai centenas de milhares de turistas a cada temporada, com visitantes passando um total de 2,7 milhões de noites lá no ano passado. Mais da metade dos hóspedes veio de fora da Suíça.
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