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A Argentina entrou em recessão técnica no 1º trimestre do ano, com os brutais cortes de gastos do presidente Javier Milei fazendo o consumo e a atividade despencarem.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 2,6% em relação ao 4º trimestre de 2023, de acordo com dados oficiais do governo publicados nesta segunda-feira (24). A atividade contraiu 5,1% em relação ao ano anterior, um pouco abaixo da mediana das estimativas de queda de 5,3% entre economistas consultados pela Bloomberg.
A impressão negativa segue uma contração trimestral de 2,5% nos três meses até dezembro.
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Os primeiros meses do ano foram marcados por cortes acentuados nas aposentadorias reais e nos salários do setor público e pela paralisação de projetos de infraestrutura pública.
Quando assumiu o cargo em dezembro, Milei também desvalorizou o peso em mais de 50% e retirou centenas de controles de preços. Os setores de construção, manufatura e varejo estão entre os mais atingidos.
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Os salários reais caíram 17% de novembro para março, provocando uma queda de 10% nas vendas dos supermercados no mesmo período.
A dolorosa contração da atividade, no entanto, fez com que o governo registrasse cinco superávits orçamentários mensais consecutivos e uma flexibilização mais rápida do que o esperado da inflação mensal, de 25,5% em dezembro para 4,2% em maio.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera uma potencial estabilização da atividade em abril, à medida que o crédito privado e o consumo de cimento voltam a subir, a produção agrícola se recupera após a seca do ano passado e a confiança do consumidor ganha terreno, de acordo com seu último relatório sobre a Argentina.
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Economistas consultados pelo BC argentino estimam que o PIB cairá 3,8% neste ano, seguido de crescimento de 3,4% em 2025.
A legislação de Milei deve ganhar aprovação final na Câmara dos Deputados ainda nesta semana, o que deve contribuir significativamente para a recuperação, relaxando leis trabalhistas, desregulamentando o setor de energia e incentivando grandes investimentos estrangeiros por meio de incentivos fiscais.
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