Partido Republicano oficializa Trump como candidato presidencial

Trump deve aceitar formalmente a nomeação do partido em um discurso no horário nobre na quinta-feira

Reuters

Ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump realiza evento de campanha em Chesapeake, Virgínia (28/06/2024 REUTERS/Brendan McDermid)
Ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump realiza evento de campanha em Chesapeake, Virgínia (28/06/2024 REUTERS/Brendan McDermid)

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MILWAUKEE (Reuters) – Donald Trump escolheu nesta segunda-feira o jovem senador J.D. Vance como seu companheiro de chapa, no início da convenção nacional do Partido Republicano em Milwaukee que oficializou o ex-presidente como candidato da legenda na eleição de novembro.

Trump vai aceitar formalmente a nomeação do partido em um discurso no horário nobre na quinta-feira. Ele desafiará o presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, nas eleições de 5 de novembro.

Vance, de 39 anos, é um político que já criticou o ex-presidente em termos ácidos, mas que depois se tornou um de seus defensores mais ferrenhos. Autor do best-seller de memórias “Hillbilly Elegy”, ele pode aumentar o comparecimento dos eleitores de Trump na eleição, já que é muito popular com a base republicana.

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Um rígido conservador de um Estado tradicionalmente republicano, Vance não deve trazer muitos eleitores novos para Trump; ao contrário, pode inclusive alienar alguns moderados.

Alguns eleitores de Trump haviam pedido que ele escolhesse uma mulher ou uma pessoa negra como vice para expandir sua base de apoio, que tende a ter principalmente homens brancos.

O ex-presidente, de 78 anos, sobreviveu a uma tentativa de assassinato em um comício de campanha na Pensilvânia no sábado realizado por um atirador cujos motivos seguem desconhecidos.

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Diversos dos principais apoiadores de Trump — incluindo o antigo conselheiro sênior Steve Bannon e o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr. — já elogiaram Vance no passado por pressionar o Partido Republicano a adotar uma política externa menos intervencionista e por defender barreiras comerciais.

Vance também encantou os eleitores de Trump com a sua presença nas redes sociais, sempre disposto ao confronto, algo raro no Senado, que costuma ter parlamentares preocupados com decoro e civilidade.

Ao escolher Vance, Trump descartou outros possíveis candidatos como os senadores Marco Rubio e Tim Scott, além do governador da Dakota do Norte, Doug Burgum.

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A ascensão rápida de Vance é incomum na política norte-americana. Depois de uma infância problemática e empobrecida no sul de Ohio, ele serviu na Marinha, ganhou uma bolsa para a faculdade de direito de Yale e trabalhou, depois, como um investidor em São Francisco.

Ele se tornou famoso em 2016 com o seu livro “Hillbilly Elegy”, no qual discute os problemas que atingem a sua cidade natal e o ciclo de pobreza que aprisiona os norte-americanos nas montanhas dos Apalaches, a origem da sua família.

Vance foi um duro crítico de Trump antes e depois da vitória dele na eleição de 2016 contra Hillary Clinton, chamando-o de “idiota” e de “Hitler americano”. Mas, conforme ele buscava a vaga para o Senado em 2022, Vance se transformou em um dos mais consistentes defensores de Trump, oferecendo apoio mesmo quando outros senadores se negavam.

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Vance minimizou o ataque de 6 de janeiro de 2021 de apoiadores de Trump ao Capitólio dos EUA, dizendo que “duvidava” que a vida de Mike Pence estivesse em perigo, apesar dos manifestantes violentos terem estado próximos do então vice-presidente enquanto os seguranças o retiravam do Capitólio.

O senador também ecoou as críticas de Trump à maneira que o Departamento de Justiça processou os manifestantes de 6 de janeiro.