Parlamentares dos EUA se reúnem com Dalai Lama e pressionam China por diálogo

Parlamentares sinalizaram que Washington pressionará Pequim a dialogar com os líderes tibetanos

Reuters

Ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, discursa para o Parlamento tibetano no exílio em Dharamshala, na Índia
18/06/2024 REUTERS/Stringer
Ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, discursa para o Parlamento tibetano no exílio em Dharamshala, na Índia 18/06/2024 REUTERS/Stringer

Publicidade

Um grupo de parlamentares norte-americanos se reuniu com o Dalai Lama nesta quarta-feira (19) na Índia e disse que não permitirá que a China influencie a escolha de seu sucessor, comentários que devem irritar Pequim, que considera o líder espiritual tibetano exilado como um separatista.

Os comentários foram feitos no momento em que Washington e Pequim tentam estabilizar laços instáveis, enquanto a Índia pressiona a China para garantir uma paz duradoura em sua fronteira disputada no Himalaia, quatro anos depois que um confronto militar estremeceu as relações.

Os parlamentares também sinalizaram que Washington pressionará Pequim a dialogar com os líderes tibetanos, o que não ocorre desde 2010, para resolver a questão do Tibete, com um projeto de lei que, segundo eles, o presidente Joe Biden assinará em breve.

Continua depois da publicidade

Embora Washington reconheça o Tibete como parte da China, o projeto de lei parece questionar essa posição e qualquer mudança seria um grande choque para Pequim, disseram os analistas.

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

O grupo bipartidário de sete parlamentares liderado pelo republicano Michael McCaul, que também preside o comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, encontrou-se com o ganhador do Prêmio Nobel da Paz em seu monastério na cidade de Dharamsala, no norte da Índia.

Continua depois da publicidade

“Ainda tenho esperança de que um dia o Dalai Lama e seu povo retornem ao Tibete em paz”, disse McCaul em uma recepção pública após a reunião.

Pequim até tem tentado interferir na escolha do sucessor do Dalai Lama, disse ele, mas acrescentou: “Não permitiremos que isso aconteça”.

O Dalai Lama fugiu para a Índia em 1959 após um levante fracassado contra o domínio chinês no Tibete. O homem de 88 anos, que vem lutando contra problemas de saúde há anos, deve viajar para os Estados Unidos nesta semana para receber tratamento médico.

Continua depois da publicidade

A questão de seu sucessor tem sido um assunto complexo, que, segundo analistas, destaca o poder e a influência da função, fomentando a luta de Pequim para controlá-la.

A tradição tibetana afirma que o Dalai Lama reencarna após sua morte, e o atual líder disse que seu sucessor pode ser encontrado na Índia.

Pequim tem afirmado que a tradição deve continuar, mas que seus líderes comunistas, oficialmente ateus, têm o direito de aprovar o sucessor, como um legado herdado dos imperadores da China.