Publicidade
GAZA/CAIRO (Reuters) – Os palestinos deslocados que voltam para suas casas na Cidade de Gaza esta semana encontraram uma cidade em ruínas após 15 meses de combates, com muitos buscando abrigo entre os escombros e procurando parentes perdidos na caótica marcha de retorno.
A Cidade de Gaza, no norte do enclave, está com faixas de prédios destruídos por bombardeios israelenses e pilhas de entulho e concreto por todos os lados.
“Olhe para esta cena, não há nada a dizer”, declarou um homem que deu seu nome como Abu Mohammad enquanto procurava um lugar para se estabelecer. “As pessoas vão dormir no chão. Não sobrou nada.”
Muitos dos que retornaram, muitas vezes carregados com os pertences pessoais que ainda possuíam após meses sendo deslocados à medida que o foco da guerra mudava, caminharam 20 km ou mais ao longo da rodovia costeira ao norte.
Leia mais: Palestinos formam corredor humano na volta ao Norte de Gaza
“Estou esperando por meu pai, minha mãe e meu irmão. Nós os perdemos no caminho”, disse Jameel Abed, que veio a pé da área central da Faixa de Gaza. “Encontramos algumas luzes aqui e estamos esperando por eles”, afirmou.
Continua depois da publicidade
“Não há nenhum carro, nenhuma carroça de burro, nenhum veículo, nada que possa se mover nesta estrada.”
No final da segunda-feira, as autoridades do Hamas em Gaza disseram que mais de 300.000 pessoas, ou quase a metade dos deslocados do norte durante a guerra, haviam cruzado para a Cidade de Gaza e para a extremidade norte do enclave a partir de áreas no sul.
Dezenas de milhares de pessoas ainda estavam se deslocando para o norte, enquanto os mediadores iniciavam os trabalhos preliminares da segunda etapa das negociações de cessar-fogo, que devem começar na próxima semana.
Continua depois da publicidade
Mais três reféns israelenses devem ser entregues na quinta-feira pelo Hamas, o grupo militante que ainda controla Gaza, e outros três são esperados no sábado, em troca de dezenas de prisioneiros palestinos que devem ser libertados das prisões israelenses, alguns dos quais irão para o exílio.
No Cairo, uma equipe de alto nível do Hamas, liderada por Mohammad Darwish, chefe do conselho de liderança do grupo, chegou para conversar com mediadores egípcios e dar as boas-vindas a 70 prisioneiros palestinos que chegaram ao Cairo antes de serem transferidos para outros países que estariam dispostos a recebê-los.
Entre eles estão Catar, Turquia e Argélia, de acordo com o Hamas e outras fontes.