Orbán e Le Pen elogiam Trump em cúpula da extrema-direita em Madri

Líderes do grupo europeu Patriotas pela Europa se reúnem para cúpula, em Madri, na Espanha neste sábado

Reuters

Foto: Ana Beltran/Reuters
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Os líderes dos partidos de extrema-direita no terceiro maior bloco eleitoral do Parlamento Europeu, Patriotas pela Europa, elogiaram o retorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao poder em uma cúpula em Madri, neste sábado, realizada sob o lema “Tornar a Europa Grande Novamente”.

O evento contou com a participação do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e do vice-premiê italiano, Matteo Salvini. Também estavam presentes os líderes do partido francês Reunião Nacional (RN), Marine Le Pen, e do partido holandês PVV, Geert Wilders.

“O tornado Trump mudou o mundo em apenas algumas semanas… ontem éramos hereges, hoje somos a tendência dominante”, disse Orbán a cerca de dois mil apoiadores, a maioria agitando bandeiras da Espanha.

Todos os que discursaram protestaram contra a imigração e a maioria apelou a uma nova “Reconquista”, uma referência à reconquista medieval de partes da Península Ibérica, que estavam controladas por muçulmanos, por reinos cristãos.

Mais cedo, o ex-ministro das Finanças da Estônia Martin Helme deu início ao evento após uma mensagem em vídeo da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado.

Seu discurso criticando o que ele chamou de “esquerdistas” foi interrompido por uma ativista de topless do grupo feminista Femen que gritou “Nem um passo atrás contra o fascismo” em espanhol e, em seguida, foi expulsa.

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Outros temas abordados incluíam alvos frequentes da direita, como o “wokism” – um termo usado pejorativamente por alguns para descrever opiniões políticas de esquerda sobre raça, gênero e sexualidade -, as ONGs de resgate de migrantes, Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, e o premiê espanhol, Pedro Sánchez, cujos nomes foram recebidos com fortes vaias.

O Patriotas pela Europa foi formado após as eleições europeias de maio de 2024 e é composto por 86 parlamentares de 14 países, representando um total de 19 milhões de votos. Madri foi escolhida como sede do primeiro encontro oficial para que o presidente dos Patriotas, Santiago Abascal, que lidera o partido espanhol Vox, pudesse acolher a todos.

O Partido Socialista, que está no poder na Espanha, rejeitou em comunicado o que descreveu como um “complô de fanáticos”, acrescentando que “eles não conseguirão fazer com que a sua visão do mundo a preto e branco prevaleça neste país”.

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O Vox tem ganhado terreno em diversas pesquisas nos últimos meses. De acordo com o Centro de Estudos Sociológicos (CIS), ele tem o apoio mais forte entre os jovens, militares e policiais.

Apesar do objetivo declarado dos Patriotas de unificar os nacionalistas conservadores da Europa, alguns dos partidos mais influentes da UE nesse campo – como o Irmãos de Itália, o Alternativa para a Alemanha e o polonês Lei e Justiça, recusaram-se a aderir.