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Bruxelas (Reuters) – Em fevereiro deste ano, a elite política da Europa ouviu diretamente do senador norte-americano J.D. Vance sua oposição à ajuda militar para a Ucrânia e sua advertência contundente de que a Europa terá que depender menos dos Estados Unidos para defender o continente.
Se esses comentários na Conferência Anual de Segurança de Munique foram o primeiro sinal de alerta, agora os alarmes estão soando alto em todo o continente depois que o candidato presidencial republicano Donald Trump escolheu Vance como seu companheiro de chapa para a eleição de novembro nos EUA.
“Sua escolha como companheiro de chapa é preocupante para a Europa”, disse Ricarda Lang, co-líder do Partido Verde alemão, que faz parte do governo do chanceler Olaf Scholz. Ela participou de um painel com Vance em Munique.
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A escolha fomentou os temores na Europa de que, se Trump retornar à Casa Branca, ele abandonará ou reduzirá o apoio dos EUA a Kiev e empurrará a Ucrânia para negociações de paz a fim de acabar com a guerra, o que daria a Rússia uma fatia substancial do território ucraniano e encorajaria o presidente russo, Vladimir Putin, a buscar mais empreitadas militares.
Essa visão foi reforçada por uma carta enviada aos líderes da União Europeia pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que visitou Trump na semana passada e disse que o ex-presidente estará “pronto para agir como um mediador de paz imediatamente” se ele vencer em novembro.
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Lang disse no X que Vance havia deixado bem claro em Munique a rapidez com que ele e Trump “entregariam a Ucrânia para Putin”.
Na conferência, Vance disse que Putin não representava uma ameaça existencial para a Europa, e que os norte-americanos e europeus não poderiam fornecer munição suficiente para derrotar a Rússia.
Ele sugeriu que as prioridades estratégicas dos EUA estão mais na Ásia e no Oriente Médio e defendeu uma “paz negociada”, acrescentando que achava que a Rússia tem um incentivo para se sentar à mesa de negociações.
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Essa posição contrasta fortemente com a opinião da maioria dos líderes europeus, que argumentam que o Ocidente deve continuar apoiando maciçamente a Ucrânia com ajuda militar e dizem que não veem nenhum sinal de que Putin esteja disposto a se envolver em negociações sérias.