OMS propõe corte orçamentário após saída dos EUA e defende seu trabalho

O conselho executivo propõe cortar a seção de programas básicos do orçamento de uma proposta de US$ 5,3 bilhões para US$ 4,9 bilhões

Reuters

Sede da OMS em Genebra
 28/1/2025   REUTERS/Denis Balibouse
Sede da OMS em Genebra 28/1/2025 REUTERS/Denis Balibouse

Publicidade

Os Estados membros da Organização Mundial da Saúde discutirão o corte de parte de seu orçamento em US$ 400 milhões diante da decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos, seu maior financiador governamental, da OMS, segundo um documento divulgado na segunda-feira (3).

Ao abrir a reunião anual do conselho executivo da agência da ONU, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também defendeu o trabalho da OMS e as reformas recentes e reiterou um apelo para que Washington reconsidere sua saída e entre em diálogo com a agência sobre novas mudanças.

“Gostaríamos de receber sugestões dos Estados Unidos e de todos os Estados membros sobre como podemos servir melhor a vocês e às pessoas do mundo”, disse ele.

O corte orçamentário será abordado na reunião de Genebra de 3 a 11 de fevereiro, durante a qual os representantes dos Estados membros discutirão o financiamento e o trabalho da agência para o período de 2026-27.

O conselho executivo propõe cortar a seção de programas básicos do orçamento de uma proposta de US$ 5,3 bilhões para US$ 4,9 bilhões, de acordo com um documento divulgado na segunda-feira. Isso faz parte do orçamento mais amplo de US$ 7,5 bilhões para 2026-27 que foi originalmente proposto, incluindo dinheiro para a erradicação da poliomielite e para o enfrentamento de emergências.

“Com a saída do maior contribuinte financeiro, o orçamento não poderia continuar como estava”, diz o documento. Os EUA são o maior doador governamental da OMS, contribuindo com cerca de 18% de seu financiamento total. A OMS já tomou, separadamente, algumas medidas de corte de custos após a decisão dos EUA.

Continua depois da publicidade

No entanto, alguns representantes da diretoria também queriam enviar uma mensagem de que a OMS preservaria sua direção estratégica apesar dos desafios, acrescenta o documento.

O valor de US$ 4,9 bilhões é praticamente o mesmo do orçamento do programa básico para o período anterior, 2024-2025.