O que se sabe sobre o naufrágio do superiate na Itália?  

Embarcação enfrentou um tornado e virou na costa da Itália. Bilionário Mike Lynch e mais cinco continuam desaparecidos

Equipe InfoMoney

Publicidade

Um dos maiores iates do mundo, o Bayesian, afundou na costa da Itália na última segunda-feira (19), com 22 pessoas a bordo – 10 tripulantes e 12 convidados. Seis pessoas continuam desaparecidas, 15 foram resgatadas e uma já foi declarada morta.

Mergulhadores da Guarda Costeira italiana tentam encontrar os seis desaparecidos, mas o órgão já afirmou que não deve achar nenhuma dessas pessoas com vida.

O Bayesian, de bandeira britânica, era um superiate à vela de luxo, de 56 metros de comprimento e com capacidade para acomodar 12 pessoas em seis suítes. O barco era de propriedade do bilionário Mike Lynch, um dos desaparecidos no naufrágio.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

O que aconteceu?  

Lynch, de 59 anos, reuniu sua família e amigos para comemorar uma vitória recente nos tribunais que o absolveu de acusações de fraude na venda de sua antiga empresa Autonomy, para a Hewlett Packard, por US$ 11 bilhões, em 2011.

De acordo com o aplicativo de rastreamento de embarcações Vesselfinder, o iate deixou o porto de Sicília, na Itália, em 14 de agosto e foi rastreado pela última vez a leste de Palermo na noite de domingo, com um status de navegação de “ancorado”, informou a BBC.

A Guarda Costeira italiana acredita que o navio foi atingido por um tornado na segunda-feira (19) pela manhã, fazendo com que o Bayesian virasse. A combinação de ventos fortes e um mastro de 72 metros — o mastro de alumínio mais alto do mundo, segundo os fabricantes Perini Navi — teria causado o desastre.

Continua depois da publicidade

Em entrevista à Reuters, o capitão de um barco que estava ancorado próximo ao iate afirmou que teve de usar o motor de seu barco para manter o controle e evitar uma colisão da sua embarcação com o Bayesian no momento da tempestade.

“(O Bayesian) ficou plano (com o mastro) na água, e então afundou”, disse o capitão Karsten Borner.

Quem estava a bordo? 

Havia 22 pessoas a bordo do iate: 10 tripulantes e 12 convidados. 15 foram resgatados, entre eles Angela Bacares, esposa do dono do iate, o bilionário Mike Lynch.

Continua depois da publicidade

Seis continuam desaparecidos: o próprio Mike Lynch e sua filha de 18 anos, Hannah; Chris Morvillo, advogado que representou Lynch no julgamento, e sua esposa Neda Morvillo, designer de joias; o presidente do Morgan Stanley Jonathan Bloomer e sua esposa Judy.

O cozinheiro do navio morreu no naufrágio — e seu corpo foi o único a ser recuperado até o momento, segundo o departamento de Defesa Civil da Sicília.

Como está o resgate?  

O porta-voz da Guarda Costeira italiana, Vincenzo Zagarola, afirmou nesta terça-feira (20) que a busca pelas seis pessoas desaparecidas continuará, com a ajuda de navios militares e helicópteros.

Continua depois da publicidade

Mergulhadores estão tendo dificuldades para acessar os cômodos dentro do iate, devido ao “mundo de objetos” que bloqueiam as entradas. Outra dificuldade seria a profundidade que a embarcação atingiu no mar, que não permite longos períodos de intervenção.

A Guarda Costeira já afirmou que não tem esperanças de encontrar nenhum dos desaparecidos com vida, mas que irá continuar com as buscas para resgatar os corpos. 

Qual a gravidade do caso?  

O Bayesian era considerado um barco moderno, construído com alto padrão de segurança. Segundo o Financial Times, foi construído em 2008 e reformado em 2020. Era equipado com sistema eletrônico de navegação e comunicação, além de ter equipamentos de emergência padrão, como coletes salva-vidas.

Continua depois da publicidade

O que as autoridades têm apontado como incomum foi o tornado que atingiu o iate. Nas palavras de um oficial da Guarda Costeira italiana, a tripulação do Bayesian estava “no lugar errado na hora errada.”

Acidentes comuns com barcos incluem quedas ao mar, incêndios a bordo e encalhes ou colisões — não naufrágios por mau tempo.