O que é mpox? Como é transmitido? Como tratar? Tire suas dúvidas

OMS declarou a mpox uma "emergência de saúde global", pela segunda vez em dois anos, nesta quarta-feira

Equipe InfoMoney

(Divulgação/NIAID)
(Divulgação/NIAID)

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox uma “emergência de saúde global”, pela segunda vez em dois anos, nesta quarta-feira (14)

A doença, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, já matou pelo menos 450 pessoas durante um surto inicial na República Democrática do Congo.

Após ela se espalhar por partes da África central e oriental, cientistas estão preocupados com a rapidez com que uma nova variante está se disseminando e sua alta taxa de mortalidade.

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O chefe da OMS, Tedros Adhanom, disse que o potencial para uma maior disseminação dentro da África e para o resto do mundo “é muito preocupante”.

O que é a mpox?

A doença mpox é causada pelo vírus da varíola dos macacos. Este pertence ao mesmo grupo de vírus que a varíola, mas é muito menos prejudicial. O vírus foi originalmente transmitido de animais para humanos, mas agora também se espalha entre humanos. Ela é mais comum em vilarejos remotos nas florestas tropicais da África, em países como a República Democrática do Congo. Nessas regiões, há milhares de casos e centenas de mortes pela doença a cada ano. Crianças menores de 15 anos são o grupo mais afetado.

Duas principais cepas do vírus têm circulado: a “Clade I” é endêmica na África central, enquanto a “Clade Ib” é o novo tipo mais virulento do vírus, envolvido no surto atual. Especialistas afirmam que a nova cepa pode estar se espalhando mais facilmente, causando doenças mais graves e mais mortes em crianças e adultos.

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O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças afirma que, até o fim de julho, houve mais de 14.500 infecções por mpox e mais de 450 mortes em 2024. Os números representam um aumento de 160% nas infecções e 19% nas mortes em comparação com o mesmo período em 2023.

Em 2022, uma cepa mais branda de mpox, chamada “Clade II”, causou um surto global. Ela se espalhou para quase 100 países que normalmente não veem o vírus, como o Brasil, mas foi controlada pela vacinação de grupos vulneráveis.

Quais são os sintomas?

Os sintomas iniciais incluem febre, dores de cabeça, inchaços, dor nas costas e dores musculares. Erupções cutâneas podem se desenvolver após a febre passar. Elas geralmente começam no rosto e depois se espalham, na maioria das vezes nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Casos graves podem ter lesões afetando todo o corpo, especialmente boca, olhos e genitais. A infecção geralmente desaparece sozinha e dura entre 14 e 21 dias.

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Qual é o grupo mais afetado?

A maioria dos casos é registrado em pessoas sexualmente ativas e homens que fazem sexo com homens. Pessoas com vários parceiros ou novos parceiros sexuais podem estar em maior risco. Mas qualquer pessoa que tenha contato próximo com alguém com sintomas, como profissionais da saúde e familiares, pode contrair o vírus.

A recomendação é evitar o contato próximo com qualquer pessoa com mpox e sempre lavar as mãos com sabão e água. Quem tem mpox deve se isolar de outros até que todas as suas lesões tenham desaparecido.

Existe tratamento para mpox?

A melhor maneira de prevenir os surtos é com vacinas. Elas já foram criadas, mas geralmente apenas pessoas em risco ou que estiveram em contato próximo com uma pessoa infectada podem recebê-las. A OMS pediu que farmacêuticas apresentem suas vacinas contra mpox para uso emergencial, mesmo que elas não tenham sido formalmente aprovadas.

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Qual a situação no Brasil?

Em agosto de 2022, quando houve o pico de mpox no Brasil, o país contabilizou mais de 40 mil casos. Um ano depois, em agosto de 2023, o total caiu para pouco mais de 400 casos. Em 2024, o maior número de casos foi registrado em janeiro – mais de 170. Por fim, em agosto deste ano, a média de casos se mantém entre 40 a 50 novas infecções. O número é visto pelo Ministério da Saúde como “bastante modesto, embora não desprezível”.