Netanyahu diz que ataques preventivos contra o Hezbollah “não são o fim da história”

Premiê de Israel confirmou ter ordenado "um ataque poderoso e preventivo" depois que o grupo "tentou atacar o Estado de Israel com foguetes e drones"; líder do Hezbollah comemorou ter causado "perturbações"

Equipe InfoMoney

Detalhe de explosão durante os ataques israelenses no sul do Líbano contra posições do Hezbollah - 25/08/2024 (Foto: Reprodução da Reuters TV via Reuters)
Detalhe de explosão durante os ataques israelenses no sul do Líbano contra posições do Hezbollah - 25/08/2024 (Foto: Reprodução da Reuters TV via Reuters)

Publicidade

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que os ataques preventivos realizados contra o Hezbollah no Líbano neste domingo “não são o fim da história”, enquanto o líder do grupo islâmico, Hassan Nasrallah, afirmou ter atingido o objetivo de causar “perturbações” no território israelense.

Embora a Reuters tenha informado no final de semana que Israel e o Hezbollah se comunicaram por meio de intermediários para evitar uma nova escalada, líderes regionais e globais têm alertaram para o risco de um conflito mais amplo.

Netanyahu confirmou ter ordenado “um ataque poderoso e preventivo para eliminar a ameaça” depois que o grupo terrorista apoiado pelo Irã “tentou atacar o Estado de Israel com foguetes e drones”.

“As FDI [forças de defesa de Israel] interceptaram todos os drones que o Hezbollah lançou contra alvos estratégicos no centro do país”, disse o primeiro-ministro. “Nasrallah em Beirute e [o aiatolá Ali] Khamenei em Teerã devem saber que este é mais um passo no caminho para mudar a situação no norte e devolver nossos residentes em segurança às suas casas.”

O chefe da IDF, tenente-general Herzi Halevi, também disse no domingo que Israel está “determinado a mudar a situação de segurança no norte para que os residentes possam voltar para suas casas”.

Alvos estratégicos

Em discurso no domingo, Nasrallah afirmou que o ataque causou “grandes perturbações” dentro de Israel, informou o jornal The Times of Israel. Ele indicou que a operação foi conduzida em duas fases: em primeiro lugar, o grupo armado disparou cerca de 320 foguetes Katyusha em 11 locais diferentes para manter o sistema de defesa aérea de Israel ocupado. Em seguida, lançou dezenas de drones direcionados ao centro do país.

Continua depois da publicidade

Ele indicou que eram dois os principais objetivos visados pelos drones. O primeiro era a base de Glilot, ao norte de Tel Aviv, que abriga a unidade de inteligência de elite 8200 da IDF e fica ao lado da sede do Mossad.

O outro era base da força aérea de Ein Shemer, perto da cidade costeira de Hadera, cerca de 40 quilômetros ao norte de Tel Aviv. “De acordo com nossa inteligência, os drones atingiram seu alvo”, disse ele, alegando que Israel não estava admitindo isso. “Alcançamos e superamos nossos objetivos.”

Ele se gabou ainda de que os drones do Hezbollah chegaram muito perto de Tel Aviv, já que Glilot é um subúrbio da cidade costeira, mas insistiu que a operação visava apenas objetivos militares, não civis.

Continua depois da publicidade

As Forças de Defesa de Israel disseram que o ataque do Hezbollah foi “principalmente” frustrado e que nenhuma base militar foi danificada no ataque, mas um marinheiro da Marinha em um barco de patrulha foi morto por estilhaços de um interceptador.

Além disso, uma minoria de foguetes do Hezbollah causaram danos a casas e feriram levemente pelo menos uma pessoa.

O IDF também indicou que nenhum dos drones atingiu o centro de Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em uma reunião de gabinete que “as FDI interceptaram todos os drones que o Hezbollah lançou contra alvos estratégicos”.

Continua depois da publicidade

O Hezbollah considerou atribuiu seus ataque a uma retaliação pelo assassinato de seu comandante militar Fuad Shukr, em 30 de julho, e Nasrallah desse ainda que o grupo “reserva-se o direito” de atacar novamente, se necessário.

A demora na retaliação, segundo Nasrallah, foi devida à mobilização militar israelense e americana na região. A longa espera também foi concebida como uma punição para Israel, já que o país foi mantido no limite por quase um mês, acrescentou.