Netanyahu acusa EUA de não liberarem armas para Israel

O governo Biden tem se tornado cada vez mais crítico da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas

Bloomberg

Benjamin Netanyahu em Jerusalém (REUTERS/Ronen Zvulun)
Benjamin Netanyahu em Jerusalém (REUTERS/Ronen Zvulun)

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o presidente Joe Biden está retendo armas em meio à guerra contra o Hamas, enquanto seu país está “lutando por sua vida”, uma acusação que a Casa Branca negou.

Em um vídeo em inglês, divulgado nesta terça-feira (18), Netanyahu disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante sua visita a Israel na semana passada, que aprecia o apoio de Washington, mas que é “inconcebível” que armas ou munições tenham sido retidas nos últimos meses.

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Enquanto os EUA pausaram um carregamento de grandes bombas, a Casa Branca negou que outras armas estejam sendo retidas. “Nós genuinamente não sabemos do que ele está falando”, disse a secretária de imprensa Karine Jean-Pierre a repórteres. “Nós simplesmente não fizemos isso”.

O governo Biden tem se tornado cada vez mais crítico da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, grupo considerado uma organização terrorista pelos EUA e União Europeia, que matou mais de 1.200 israelenses e sequestrou mais de 250 em 7 de outubro, desencadeando a guerra em curso. Mais de 37 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, que não diferencia combatentes de civis.

Biden reteve um carregamento de bombas para sinalizar sua frustração com os rumos da guerra e disse no mês passado que suspenderia carregamentos adicionais de armas ofensivas se o país lançasse uma invasão terrestre em grande escala em Rafah. Tanques israelenses teriam chegado ao centro da cidade em 28 de maio, no que os militares chamaram de um conjunto limitado e preciso de operações.

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Blinken disse a repórteres na terça-feira que, além dessa remessa, “todo o resto está se movendo como normalmente se moveria”.

Netanyahu não especificou quais armas ou munições teriam sido retidas pelos EUA, o maior fornecedor de armas de Israel. O líder israelense acrescentou que Blinken lhe garantiu que o governo está trabalhando “dia e noite” para remover quaisquer gargalos. Seu gabinete não respondeu aos questionamentos.

Netanyahu, que deve discursar no Congresso dos EUA no final de julho, invocou o apelo do primeiro-ministro britânico Winston Churchill.

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“Churchill disse aos Estados Unidos: ‘Dêem-nos as ferramentas, faremos o trabalho'”, disse Netanyahu. E eu digo, dê-nos as ferramentas e terminaremos o trabalho muito mais rápido.”

O senador democrata Chris Van Hollen, de Maryland, que pediu uma pausa na transferência de armas ofensivas para Israel até que concorde com as condições de seu uso, ironizou em uma entrevista na terça-feira que “Netanyahu quer vir aqui e fingir que é Winston Churchill — e ele não é Winston Churchill”.

Autoridades dos EUA disseram reservadamente que Israel tem armas suficientes para sua campanha em Rafah, bem como estoques adicionais, se o conflito no norte com o Hezbollah aumentar.

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Dois importantes redutos democratas na Câmara e no Senado assinaram uma grande venda de armas para Israel, incluindo 50 caças F-15 avaliados em mais de US$ 18 bilhões, após pressão da Casa Branca e de defensores pró-Israel, informou o Washington Post nesta terça-feira.

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