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Uma das principais autoridades eleitorais da Venezuela disse em uma entrevista que não tinha provas de que Nicolás Maduro venceu a eleição presidencial ocorrida em 28 de julho.
Ao declarar Maduro como vencedor, o órgão eleitoral “falhou com a nação”, disse Juan Carlos Delpino, membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ao jornal americano The New York Times.
“Estou envergonhado e peço perdão ao povo venezuelano. Porque todo o plano que foi elaborado — para realizar eleições aceitas por todos — não foi alcançado”, afirmou Delpino.
O CNE é um órgão composto por cinco membros encarregado de definir o quadro das eleições, além de receber e anunciar os resultados.
Delpino disse que o CNE “não havia recebido nenhuma evidência” de que Maduro realmente ganhou a maioria dos votos.
O CNE não comentou as declarações de Delpino.
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Nem o CNE nem Maduro divulgaram as atas de votação para comprovar as afirmações de que o presidente foi reeleito.
Enquanto isso, a oposição publicou recibos de milhares de urnas eletrônicas que mostram que seu candidato, Edmundo González, ganhou a eleição.
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Delpino, um dos dois membros alinhados à oposição do conselho eleitoral da Venezuela, não revelou ao jornal americano onde estava, com medo de represálias do governo.
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Delpino foi selecionado como membro do conselho no ano passado, em uma tentativa do Parlamento venezuelano de conferir uma aparência de equilíbrio ao CNE.
Na época, o advogado morava nos Estados Unidos. Ele disse que aceitou o convite para voltar a Venezuela por ter “grandes níveis de compromisso” com o processo democrático.